seg, 10 abril 2023 19:12

Uma opção acessível para quem busca saúde

Programa Tarifa Social proporciona atendimentos acessíveis de qualidade aos pacientes do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), da Unifor. Acompanhamento nutricional é destaque dentre serviços disponibilizados.

Existe “hora certa” para decidir cuidar mais de si? Para a estudante de pedagogia Luciana Sousa, de 37 anos, o start veio há três anos, quando se viu com sobrepeso. Na busca por qualidade de vida, foi no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), da Universidade de Fortaleza (Unifor) — mantida pela Fundação Edson Queiroz —,  que ela encontrou acompanhamento nutricional.

Mas, em 2023, passou a usufruir de uma vantagem que, logo que soube, lhe pareceu atrativa: pagar um preço justo por um atendimento de excelência e seguir motivada a priorizar a saúde. “Melhorei minha mobilidade, autoestima”, conta ela, ressaltando que os resultados das consultas com uma nutricionista têm, para além dos aspectos físicos, um componente “emocional e motivacional”. 

A futura pedagoga é paciente do Programa Tarifa Social para serviços de nutrição, formato de atendimento oferecido ao público pelo NAMI desde outubro de 2022. Tendo acesso a valores mais acessíveis, Luciana conseguiu não apenas dar sequência ao próprio acompanhamento profissional, mas ampliar o cuidado à família. 

A filha adolescente, Thayna Sousa, de 16 anos, é também paciente de Nutrição desde março deste ano. “A motivação dela é para que perca peso e tenha mais qualidade de vida, assim como eu”, detalha a mãe, que também é trabalhadora do segmento de beleza.

Nutrição para todos

Qualquer pessoa pode buscar as atividades em nutrição oferecidas no NAMI por meio do Programa Tarifa Social. Semanalmente, são disponibilizadas cerca de 40 vagas para atendimentos individuais e outras 30 para atendimentos em grupo.

“A ideia surgiu do interesse em ampliar os tipos de serviços ofertados pelo setor de Nutrição do NAMI, visando tornar o atendimento a determinados serviços mais acessível por meio de condições facilitadas de pagamento”, contextualiza a nutricionista Ana Paula Queirós, responsável técnica do departamento e docente do curso de Nutrição da Unifor.

O perfil de quem é atendido é amplo, indo do público infantil ao idoso, com necessidades diversas. Ana Paula explica que, incluídos no Programa, os pacientes têm acesso a serviços que, em sua maioria, não são ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) e em convênios de saúde, ou seja, procedimentos disponibilizados em consultórios particulares por valores mais elevados.

Atenção a pacientes com condições de saúde específicas

Em meio à diversidade de perfis atendidos, a relevância da iniciativa — especialmente para pacientes com condições de saúde específicas — é reforçada por Aline Veras, diretora do NAMI que acompanha a implementação da Tarifa Social no Núcleo. Ela destaca que, com a oferta de serviços por valores reduzidos, é possível prestar, com rapidez e assertividade, assistência a pessoas que, muitas vezes, têm dificuldade de acesso a atendimentos por meios tradicionais.

“No setor de Nutrição, por exemplo, essa tarifa é praticamente do Programa Interdisciplinar de Nutrição aos Transtornos Alimentares e Obesidade (Pronutra), que assiste pessoas com transtornos alimentares. É mais difícil alguém conseguir um encaminhamento correto para um serviço em que tenha uma assistência interprofissional para esses problemas específicos”, ilustra.

A tarifa social, segundo Aline, se diferencia dos chamados atendimentos por “preço popular”, ou “preço acessível”, porque não conta com a remuneração do serviço em si para a instituição que o oferece. A busca é apenas por arcar com os custos operacionais do atendimento.

Atendimento além da nutrição

Diante da demanda, a iniciativa não contempla apenas o âmbito da nutrição. O Programa Tarifa Social também está disponível para outros serviços no NAMI, como realização de exames laboratoriais, atendimentos de fisioterapia e até acupuntura.

O Núcleo dispõe ainda de um Ambulatório de Atenção à População Transgênero, que oferece acompanhamento com ginecologistas, endocrinologistas e psiquiatras por valores reduzidos. O propósito dessa tarifa se reflete também na garantia dos serviços de qualidade a esses pacientes.

Por tal razão, a procura por esse acolhimento está elevada. “No caso da assistência a pacientes trans, às vezes é difícil conseguir um encaminhamento para um programa específico para essa população”, observa Aline Veras.

A expansão da oferta de atendimentos com tarifa social está nas projeções do NAMI. Um planejamento que, conforme a diretora, vem sendo feito com a devida cautela. “Não podemos reduzir a nossa oferta de serviços pelo Sistema Único de Saúde. Então essa tarifa social está sendo pensada de modo a não comprometer, de maneira alguma, a demanda de assistência pelo SUS”, justifica.

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Atendimento transdisciplinar

Até que o Programa chegue a outros serviços, a prioridade é também consolidar os atendimentos já disponibilizados. Para cuidar de um público tão heterogêneo no setor de Nutrição, por exemplo, a equipe é transdisciplinar. Ao todo, são 15 profissionais de saúde diretamente envolvidos: oito nutricionistas e sete psicólogas — entre colaboradoras do NAMI e especialistas arrendatárias que atuam no local —, além de um médico psiquiatra.

A estrutura que os pacientes têm à disposição é outro diferencial. As consultas são realizadas em salas climatizadas, um ambiente definido pela professora e responsável pelo departamento como “seguro, confortável e acolhedor”.

“[Profissionais e pacientes] têm à disposição uma estrutura completa composta por equipamentos utilizados para avaliação antropométrica, como balanças, estadiômetros, aparelho de bioimpedância elétrica, de maneira a garantir um diagnóstico nutricional mais detalhado e, por consequência, uma intervenção nutricional mais eficaz”, enumera Ana Paula.