O que faz um jornalista? Conheça as possibilidades de atuação
Profissional pode trabalhar na grande mídia, na comunicação de empresas ou optar pelo empreendedorismo.
É dever do jornalista coletar e repassar para a sociedade informações relevantes, que de alguma forma impactem a vida das pessoas. Este trabalho pode ser feito por meio de várias plataformas, como TV, rádio, podcast, sites, redes sociais, revistas, jornais impressos etc.
Atualmente, com a intensa disseminação de fake news, o trabalho do jornalista vem se tornando ainda mais relevante para a sociedade, sendo um porto seguro informacional em meio a conteúdos falsos e sem procedência.
Conhecendo a área
Para Wagner Borges, coordenador do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, o papel social do jornalista, do ponto de vista ético, é transformar informação de caráter público – ou privado de utilidade pública – em notícia. “Por isso mesmo, é uma das carreiras mais fascinantes que existem”, frisa o docente.
Wagner destaca a curiosidade e o gosto pela leitura como elementos fundamentais para quem pretende seguir a carreira. Além de salientar pontos que podem contribuir para o sucesso na profissão:
- Manter-se atento à comunidade em que se está inserido;
- Ter compromisso com a justiça social;
- Estar à vontade com novas tecnologias;
- Estudar sempre e buscar aperfeiçoamento profissional constante.
“A procura e divulgação de informações investigadas de forma
profissional e, sobretudo, a luta pela liberdade de expressão fazem
parte do dia a dia de um jornalista, que é, do ponto de vista
profissional, um alicerce da democracia” — Wagner
Borges, coordenador do curso de Jornalismo da Unifor
Onde atuar?
Segundo Wagner, o profissional bem qualificado sempre tem grandes chances de contratação, sobretudo em empresas de comunicação jornalísticas e nos setores de gestão de comunicação das instituições. Confira algumas possibilidades de atuação:
- Imprensa profissional
O jornalista pode trabalhar nas redações dos veículos de comunicação coletando informações por meio de entrevistas, pesquisas e investigações para produção de matérias jornalísticas a serem veiculadas em jornais (televisivos ou impressos), revistas, rádios, portais de notícias etc.
- Comunicação corporativa
Dentro das empresas, o jornalista pode atuar na gestão de relacionamento com a mídia por meio da assessoria de comunicação. Nessa função, o profissional tem como atribuições produzir comunicados para a imprensa, desenvolver estratégias para promover a imagem e os produtos da empresa e fazer monitoramento de mídia para avaliar a reputação da instituição.
- Empreendedorismo
Este profissional tem como opção desenvolver seu próprio negócio na mídia digital profissional ou alternativa, criando conteúdo para blogs, redes sociais, ONGs e partidos políticos, ou ainda oferecendo serviços de consultoria.
- Pesquisa jornalística
O jornalista está apto a fazer investigações aprofundadas de temas específicos, analisar dados e estatísticas para sustentar argumentos, além de poder atuar com pesquisa jornalística acadêmica como professor universitário.
- Consultoria especializada
É possível atuar como consultor de jornalismo e comunicação a partir de uma área específica de formação (cultura, política, economia, comportamento, saúde, comunicação pública, social, moda, tecnologia etc) e produzir conteúdos sobre esses temas de maneira mais aprofundada.
Uma carreira inesperada
Natália Coelho, egressa do curso de Jornalismo da Unifor, começou a carreira como pauteira e repórter da coluna social Frisson , onde pôde desenvolver habilidades exigidas na área, buscando personagens para matérias, assuntos relevantes, histórias interessantes e notícias.
A jovem enxergou no jornalismo a oportunidade de explorar características da própria personalidade em uma profissão. Ela conta que além de falar muito, gostava de descobrir coisas e repassá-las para os amigos, além de odiar injustiça e amar escrever.
Contemplada
com a bolsa Yolanda Queiroz, Natália pesquisou ética no MBA em Gestão
e Assessoria de Comunicação da Unifor de 2021 a 2023, e atualmente é
mestranda da USP (Foto: Arquivo pessoal)
Após a conclusão do curso, participou de treinamentos para recém-graduados (trainees) na Folha de S. Paulo (2021) e Agência Lupa (2022). “Passei para o trainee do Estadão, o Focas, como é conhecido. Fiquei como freela e logo fui contratada na Agência Estado, na área de economia, em novembro de 2022”, compartilha a jornalista.
Atualmente, Natália é repórter de combustíveis marinhos na Argus Media , uma
agência especializada no mercado de commodities. No dia a
dia, ela coleta preços, análises e notícias, além de produzir
relatórios e matérias sobre o assunto. “Ter conhecimentos
básicos de economia me ajudou a entender melhor minha especialização,
que, por consequência, foi importante para minha trajetória, visto que
me ajudou a chegar onde estou”, analisa.
“Na minha monografia, pesquisei sobre como o jornalismo ajuda na promoção da democracia, e sigo acreditando muito nisso: em como o jornalismo, ao divulgar informações de forma ética, consegue dar as ferramentas necessárias que todos os atores da sociedade possam exercer a democracia, seja na denúncia do abuso público/privado ou, no que eu faço, que é coletar, analisar e difundir informações relacionadas à economia” — Natália Coelho, egressa do curso de Jornalismo da Unifor
A jornalista especializada em economia revela que nunca pensou que teria tanto interesse pelo assunto com o qual trabalha hoje. Por isso, incentiva estar aberto a mudanças durante o percurso da graduação. “Caí de cabeça na economia e me impressiono com o quanto estou gostando dos assuntos”, comenta.
Entre as oportunidades que teve na Unifor, Natália destaca o intercâmbio que fez em 2018 para Salamanca, os congressos dos quais participou e a bolsa Yolanda Queiroz , que recebeu por apresentar a mais alta média entre os concludentes do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG) na conclusão do curso.
Fascínio por histórias
O sonho de ser escritor conduziu Lucas Dantas ao curso de Jornalismo , que foi a ponte para a descoberta de novas formas de contar histórias. Ao longo da graduação, o egresso da Unifor conheceu a linguagem dos documentários, e até hoje se dedica ao universo do audiovisual.
A paixão pelo gênero cinematográfico teve início quando o então graduando decidiu produzir um documentário para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Tão logo se formou, Lucas foi morar em Nova York, onde teve a oportunidade de trabalhar na área.
Voltando ao Brasil, procurou abrir mercado para o gênero juntamente com outras pessoas que também atuavam na área de documentário. Hoje ele tem uma produtora chamada Super A Filmes e produz conteúdo na internet voltado para o ensino da produção desse tipo de filme.
A rotina de Lucas consiste em identificar histórias que sejam
relevantes para a sociedade ou grupos de pessoas, e então gravá-las,
vivenciá-las intensamente e editá-las de uma forma que o público
receba, sinta e entenda as mensagens passadas por meio dessas
narrativas.
“Saber chegar em uma pessoa para dialogar e poder entrevistá-la, navegar em diversos assuntos... Isso tudo eu aprendi na Universidade. E vejo que é importante demais na minha rotina, no meu dia a dia, essa capacidade de compreender o mundo e os movimentos que existem entre as pessoas, entre as instituições, entre nós, seres humanos” — Lucas Dantas , egresso do curso de Jornalismo da Unifor
O jornalista tem como prioridade para o futuro continuar trilhando o caminho em que está hoje, pois entende como um privilégio fazer o que gosta. Além disso, ele tem planos de compartilhar o que sabe. “A sociedade pode se beneficiar muito de ter um mercado pujante de histórias positivas sendo contadas. Eu acredito muito nisso, então quero ensinar o que fazemos na nossa empresa, transmitir esses conhecimentos para outras pessoas”, revela.
O egresso relembra momentos da juventude em que se sentia angustiado com relação à escolha por uma profissão e ressalta a importância da felicidade profissional. Para ele, cada um deve ter tranquilidade para decidir o que vai fazer bem para si. “Quando encontramos um propósito [...] e nos guiamos por um sentimento de auxiliar o próximo, de gerar valor para as pessoas, colegas, professores, clientes no futuro, chefes ou colegas, sempre recebemos de volta”, reflete.