qua, 11 novembro 2020 10:21
Capacete Elmo: aprovação da Anvisa é resultado da integração universidade/empresa
Equipamento será utilizado para tratamento de pacientes com Covid-19. Com a eficácia comprovada, o capacete será fabricado pela Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz
Os resultados bem-sucedidos dos testes clínicos com o capacete Elmo levam o equipamento a uma nova etapa: produção em escala industrial. Os testes em pacientes, procedimento autorizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), faziam parte dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para permitir a produção do equipamento. Com a eficácia comprovada, o aval foi concedido no dia 29 de outubro à Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz, que vai fabricá-lo e comercializá-lo. Já a patente do dispositivo foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em julho.
O equipamento será utilizado para tratamento de pacientes com Covid-19. O projeto foi uma iniciativa conjunta entre a Universidade de Fortaleza (Unifor), Universidade Federal do Ceará (UFC), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), e Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). O capacete Elmo também contou com o apoio da Esmaltec e Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).
Trabalho científico e empresarial integrado
Para o professor Vasco Furtado, diretor de Pesquisa e Inovação da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, a autorização da Anvisa é o reconhecimento de todo o trabalho do grupo técnico multidisciplinar, que atuou em tempo recorde desde o desenho do equipamento até a validação clínica do Elmo. “Todas as etapas foram feitas com muita agilidade dada a urgência que a pandemia exige”, destaca.
Além de atuar na etapa de pesquisa e desenho do equipamento, a Unifor tem papel estratégico na fase de transferência de tecnologia, viabilizando a articulação com a iniciativa privada. “A empresa Esmaltec foi peça importante na criação do Elmo. Foi uma decisão muito acertada de todos que fazem o grupo trazer o parceiro comercial para dentro do projeto desde o início da concepção do equipamento”, pontua.
Vasco Furtado aponta que para além da autorização da Anvisa, conquistada recentemente, o processo de produção industrial já está em fase avançada. “Quando a gente trouxe a Esmaltec para a equipe de trabalho, a empresa começou a se preparar na articulação do processo industrial, para que ele fosse antecipado. A estimativa é que no começo de dezembro já tenha capacete Elmo saindo da fábrica para a entrega”, garante.
Inovação em tempo recorde
Da criação ao processo industrial do Elmo foi menos de um ano. “Como diretor de inovação e como pesquisador, com experiência no processo de inovação, eu nunca tinha vivido um processo que teve começo meio e fim muito rápido. Essas histórias geralmente são mais longas, levam cerca de dois anos”, ressalta Vasco.
No caso do Elmo tudo foi bastante conectado. “Quando a gente começa a ouvir depoimento de pessoas que foram salvas pelo equipamento é muito gratificante e nos faz refletir que é preciso repensar a forma de atuar com as inovações. Elas precisam ter uma conexão com as necessidades da nossa terra e do nosso povo, que a gente tem que descobrir e atuar conjuntamente para poder contribuir e resolver”, afirma.