seg, 4 março 2024 16:15
Quer começar uma carreira de cientista?
Bolsas, grupos de pesquisa, encontros e estrutura de ponta estão entre as iniciativas que a Unifor oferece para incentivar a pesquisa, a inovação e a produção científica desde a graduação
Da saúde à tecnologia, passando pelas mais diversas áreas do saber, grande parte das inovações que conhecemos são fruto do trabalho de pesquisadores comprometidos com o conhecimento e a ciência. Gente que mergulhou na carreira acadêmica e em um processo de formação permanente para realizar um trabalho capaz de transformar vidas e contribuir para o desenvolvimento econômico e social dos países.
A pesquisa vem atraindo cada vez mais estudantes apaixonados pelo conhecimento, interessados em resolver problemas complexos e em promover ações de impacto na sociedade. Se você quer iniciar uma carreira científica, são várias as iniciativas que a Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz, oferece para conduzir pelo caminho acadêmico.
Bolsas de iniciação científica estimulam o aluno a mergulhar neste universo já na graduação. O Parque Tecnológico (TEC Unifor) dá a oportunidade para interação com pesquisadores de distintas áreas e acesso a uma estrutura de ponta. Há ainda programas de bolsas no mestrado e doutorado, além de encontros e eventos com pesquisadores, inclusive internacionais, para um valioso networking.
“Uma universidade que investe e incentiva a pesquisa pode oferecer uma série de benefícios significativos para a sociedade, como avanços científicos e tecnológicos, soluções para problemas sociais e globais, inovação e empreendedorismo, formação de recursos humanos qualificados, divulgação científica e educação pública e o desenvolvimento regional e a colaboração universitária”, destaca a coordenadora de Pesquisa da Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP) da Unifor, Adriana Rolim.
Quem opta por seguir o caminho acadêmico não precisa se desvencilhar do mercado de trabalho. As oportunidades de atuação passam, por exemplo, pela pesquisa aplicada ou colaborações da academia com a indústria e empresas.
Também abraçam a docência universitária, a atividade de pesquisa em instituições acadêmicas e governamentais, além de consultorias, empreendedorismo e divulgação científica. Há muitas portas abertas. Vamos começar?
Tudo começou na iniciação científica
Gabriela Lima estava já nos últimos semestres do curso de Direito da Unifor quando decidiu aproveitar todas as oportunidades que a Universidade poderia proporcionar e enveredou na pesquisa.
Começou como pesquisadora voluntária e logo conseguiu uma bolsa de iniciação científica. Aquilo foi um divisor de águas e o começo de tudo. “Foi minha primeira experiência e ela moldou toda a minha carreira dali pra frente", conta.
Ela nunca mais saiu da pesquisa. Desde então, aprofundou sua formação como pesquisadora no Mestrado em Direito Constitucional na Pós-Unifor e agora está em um doutorado na Universidade de Lisboa, em Portugal.
Publicou muitos artigos na última década, mas guarda uma alegria especial por saber que sua pesquisa de mestrado gerou um artigo publicado em revista com conceito Qualis A1, que contempla periódicos de excelência internacional. “Foi o primeiro artigo sobre o tema no Brasil”, conta Gabriela, referindo-se ao seu trabalho sobre solução online de conflitos.
“Na época, eu já pesquisava sobre questões de tecnologia no judiciário, e comecei a estudar mais sobre mediação de conflitos e meios consensuais de solução de conflitos. Junto com meu orientador, o professor Gustavo Feitosa, chegamos a esse conceito de ODR (Online Dispute Resolution), que trouxemos para o Brasil”, explica. A pesquisa buscou mapear as poucas iniciativas de ODR no judiciário brasileiro da época, uma realidade que mudou desde a pandemia.
Gabriela relata que, durante a jornada acadêmica, sua visão sobre pesquisa se ampliou muito. “Quando iniciei essa trajetória, eu o fiz porque ela convergia com meus talentos”, diz. Naturalmente curiosa e questionadora, ela viu em si mesma características básicas para uma pesquisadora.
“Mas hoje, vejo a pesquisa para além da individualidade. A pesquisa e a produção do conhecimento servem à sociedade, solucionando os desafios que enfrentamos enquanto coletivo”, afirma.
Foi com essa visão que ela decidiu que seria professora e pesquisadora. E escolheu a Unifor, sua casa há tantos anos, para isso. Atualmente, Gabriela é docente e coordenadora na Pós-Unifor e do Núcleo de Inovação e Pesquisa (NIP) do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ).
“A Unifor é uma Universidade muito completa. Até o fato de termos um campus único nos permite uma caminhada mais rica. Para quem está começando, na graduação, com interesse em entender um pouco mais sobre pesquisa, os Centros de Ciência possuem uma estrutura para dar esse suporte: o Núcleo de Inovação e Pesquisa (NIP), que é essa casa do pesquisador de iniciação científica.” — Gabriela Lima, egressa do curso de Direito e coordenadora na Pós-Unifor e do Núcleo de Inovação e Pesquisa (NIP) do CCJ
Presente em todos os Centros de Ciências da Universidade, o NIP é uma espécie de casa do pesquisador de iniciação científica. Ele faz a interlocução entre alunos, professores e instituição. Também promove, anualmente, a Trilha de Formação do Pesquisador, com uma série de workshops de iniciação na pesquisa.
Além do suporte no Núcleo, a Unifor promove uma série de eventos que criam pontes entre os alunos e pesquisadores, um passo importante para o networking dos interessados em seguir pelo mestrado e pelo doutorado.
Programas e bolsas da graduação à pós
O começo de tudo pode ser a iniciação científica, um programa de pesquisa voltado para estudantes que ainda estão na graduação. Por meio dele, é possível começar a desvendar o universo acadêmico e realizar atividades científicas orientadas por um professor, contribuindo para projetos em andamento ou desenvolvendo projetos próprios.
Lá, o aluno poderá ter uma experiência prática, desenvolver habilidades, explorar as oportunidades acadêmicas, fazer uma rede de contatos profissional e enriquecer o currículo, preparando-se para a pós-graduação.
“A iniciação científica é uma oportunidade valiosa para estudantes de graduação se envolverem em pesquisa acadêmica, adquirirem habilidades práticas e explorarem áreas de interesse dentro de suas disciplinas, preparando-os para futuras carreiras acadêmicas ou profissionais.” — Adriana Rolim, coordenadora de Pesquisa da VRP
A Unifor conta com três programas para estudantes que desejam participar de projetos de iniciação científica e tecnológica: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e o Programa Aluno Voluntário de Iniciação Científica e Tecnológica (PAVIC).
Além das bolsas oferecidas por parceiros como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), a Unifor oferece bolsas próprias, custeadas pela Fundação Edson Queiroz como mais um incentivo para fomentar a pesquisa.
Conheça as iniciativas:
- PIBIC
Conta com bolsas da Fundação Edson Queiroz, CNPq e Funcap. Entre seus objetivos, está despertar a vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes de graduação, estimular uma maior articulação entre a graduação e pós-graduação, contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa, e ampliar o acesso e a integração do estudante à cultura científica. O edital de seleção dos bolsistas é lançado anualmente. - PIBITI
Conta com bolsas do CNPq. Busca contribuir para a formação e inserção de estudantes em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, além de formação de recursos humanos que se dedicarão ao fortalecimento da capacidade inovadora das empresas no país. O edital de seleção dos bolsistas é lançado anualmente. - PAVIC
De caráter voluntário, visa despertar a vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes de graduação, mediante sua participação em projetos de pesquisa científica ou tecnológica. Os interessados em participar do programa podem entrar em contato com os Núcleos de Inovação e Pesquisa (NIPs), presentes em cada um dos Centros de Ciências da Universidade.
A cultura dos grupos de pesquisa
Outra possibilidade para mergulhar no universo acadêmico é participar dos grupos de pesquisa, importantes fontes de ciência e de projetos inovadores em instituições de ensino superior. Neles, os alunos participam de debates, aprimoram a oratória e aprendem a realizar boas entrevistas de emprego.
Participar de um grupo de pesquisa pode trazer resultados não só acadêmicos, mas também profissionais (Foto: Ares Soares)
Essas iniciativas são parceiras do CNPq ou da Funcap, e concedem bolsas aos participantes, que também podem concorrer a bolsas de pesquisa vinculadas à Fundação Edson Queiroz. Dessa forma, a cultura dos grupos de pesquisa e o estímulo à ciência se mantêm muito presentes na Unifor, que busca incentivar o intercâmbio entre alunos e pesquisadores de diversas partes do mundo.
Confirmando tal propósito, a instituição realiza, anualmente, o Encontro de Iniciação à Pesquisa, para que os alunos dos cursos de graduação da Universidade e de outras instituições de ensino superior do Brasil possam divulgar seus trabalhos, produzidos, em grande parte, por meio de projetos de pesquisa.
Bolsas para produzir inovação e investir na pesquisa aplicada
Além das bolsas de iniciação científica, o aluno da Universidade de Fortaleza pode buscar as bolsas de iniciação tecnológica — ambas são captadas junto a instituições de fomento.
“Elas têm aplicações em pesquisa, porém a de inovação tecnológica trabalha também com uma vertical de produção de inovações. E essas inovações vão desde a confecção de protótipos (produtos inovadores) à produção de serviços inovadores”, explica Naiderson Lucena, coordenador de Inovação da Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP).
Naiderson Lucena é coordenador de Inovação da Vice-Reitoria de Pesquisa da Universidade de Fortaleza (Foto: Ares Soares)
Essa produção de inovação abraça múltiplas verticais, passando pelas áreas de saúde, gestão, engenharias e tecnologia da informação. “Esse é o nosso principal forte”, salienta Naiderson. Um exemplo famoso da confecção de protótipos é o capacete Elmo, que auxiliou o tratamento de pessoas com insuficiência respiratória causada pela Covid-19 durante a pandemia.
A Unifor é uma incansável investidora e apoiadora de parcerias com a indústria, com colaborações para o desenvolvimento de pesquisa e inovação aplicáveis com instituições locais, nacionais e internacionais. Algumas empresas parceiras ocupam salas no Parque Tecnológico (TEC Unifor).
Delas, vem um investimento anual em pesquisa e inovação que é revertido em bolsas de pesquisa e compra de equipamentos para os laboratórios. Em contrapartida, os empreendimentos têm acesso a tecnologia de ponta, mão de obra de qualidade com a participação de docentes e discentes nos projetos e muito conhecimento.
“A infraestrutura tecnológica da Unifor é fundamental para dar suporte às inovações”, pontua Naiderson. Há ainda o Unifor Hub para conectar empresas à comunidade acadêmica, impulsionando startups e auxiliando na criação de empreendimentos inovadores. Uma estrutura fundamental para quem deseja mergulhar na pesquisa aplicada e na inovação.
Imaginar e desenvolver produtos inovadores
Aluno do 9º semestre de Engenharia Mecânica, Claudio Matheus Silva Lobato Ferreira conta que entrou para o Laboratório de Combustão — atual Núcleo de Pesquisa em Energia e Materiais (NUPEM) — em 2017 e viu ali que, por meio de artigos e revistas, a comunidade científica aparecia e mostrava valor social com suas pesquisas. Interessou-se pela área.
Ele faz parte da equipe de pesquisa da Unifor desde 2017, quando teve alguns artigos selecionados para revistas internacionais. Durante a pandemia, ingressou no Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades (Lapin) e integrou a equipe de desenvolvimento do capacete Elmo.
O capacete Elmo foi eleito o melhor exemplo de inovação do Brasil em 2022 (Foto: Tatiana Fortes/Governo do Ceará)
“Inovação é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento humano. Acredito que alguém, antigamente, quando começou a ‘inventar’ uma lança melhor pra caça, teve que fazer uma pesquisa e um estudo das ferramentas e aplicações de modelos de projeto”, diz.
Matheus conta que o período de atuação na pesquisa e inovação o ajudou a melhorar a capacidade criativa e a mudar a visão: ele já não pensa só no produto a ser criado, mas como ele vai chegar até o cliente, se ele vai saber operá-lo da melhor forma e se o processo de fabricação consegue atender às demandas.
A Unifor e a possibilidade da transdisciplinaridade na pesquisa e na inovação o levaram a ver para além da área e criar um repertório maior. Além de ter acesso a uma estrutura de ponta e parcerias relevantes com empresas, encontrou na Universidade oportunidades para montar sua startup, empreender e mergulhar na pesquisa aplicada. “Espero seguir carreira para a área de projetos e fazer mestrado e doutorado”, planeja.
“A Unifor tem um grupo de professores que são capazes de fazer sistemas e equipamentos que a imaginação permitir, muitos deles com seus grupos de pesquisa, onde o aluno sempre é bem vindo. Também possui projetos de pesquisa em praticamente todas as áreas e empresas parceiras para o aluno desenvolver projetos dentro da própria Universidade.” — Claudio Matheus Lobato, aluno do curso de Engenharia Mecânica
Outros caminhos que levam à pesquisa
A VRP é o setor da Universidade que dá o direcionamento mais efetivo para a pesquisa e a produção científica. Mas existem outros projetos de apoio ao discente na instituição que acabam aproximando o aluno da pesquisa científica, seja na sala de aula ou em programas cujo centro não é a pesquisa, mas passa por ela.
“Um exemplo que a gente pode dar é o Programa de Monitoria Acadêmica. O fim dele não é a pesquisa científica, mas a pesquisa é parte da jornada de um docente e, assim, ela passa a ser também parte da jornada do aluno monitor”, afirma Karol Mota, assessora de Apoio ao Discente da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação (VRE).
Segundo ela, o aluno monitor é estimulado a fazer um trabalho de pesquisa na área objeto da monitoria dele para que possa, por exemplo, apresentar no Encontro de Iniciação à Docência. São ao menos 600 alunos nos programas de monitoria, que expressa também a considerável produção científica que perpassa a iniciativa.
“Isso é um estímulo à pesquisa, muito embora o projeto não tenha o fim específico de trabalhar ou fomentar a pesquisa”, acrescenta a professora.
O Programa de Educação Tutorial (PET), que é um programa do Ministério da Educação, vai pelo mesmo caminho. Na Unifor, o PET-Medicina e o PET-Farmácia acabam levando o acadêmico à pesquisa, ainda que este não seja o objetivo central.
“Isso se torna uma prática que o estudante é estimulado a adotar e vai acabar culminando em alguma produção científica”, diz Karol. Ela destaca que esse estímulo também é feito cotidianamente na sala de aula.
“Toda a pesquisa científica vai trabalhar muito fortemente competências que são necessárias para a atuação profissional, a atuação como cidadão. Pesquisar permite que você amplie seu repertório e tenha mais condições de compreender o mundo, de trazer propostas diferenciadas de solução para os problemas.” — Karol Mota, assessora de Apoio ao Discente da VRE
Dá pra trabalhar como pesquisador?
Se interessou, mas ainda está em dúvida entre seguir a jornada acadêmica ou focar no mercado de trabalho? Adriana Rolim lembra que é possível conciliar as duas áreas de maneira satisfatória. “Essa conciliação pode ocorrer por meio da pesquisa aplicada ou colaborações academia-indústria, consultorias, empreendedorismo e o ensino”, detalha.
Para quem deseja seguir uma carreira na área acadêmica com foco em pesquisa e atuação científica, há uma variedade de possibilidades profissionais que podem ser exploradas, como:
- docência universitária;
- atividade de pesquisa em instituições acadêmicas, instituições governamentais e empresas;
- consultorias científicas;
- empreendedorismo científico;
- divulgação científica.
“A busca de oportunidades pode ocorrer por meio de networking, sites de emprego especializados nacionais e internacionais, instituições acadêmicas e de pesquisa nacionais e internacionais, agências governamentais nacionais e internacionais, participação em eventos científicos, anúncios em revistas científicas e mídias especializadas, além de plataformas de financiamento e bolsas de estudos”, explica Adriana.