Quer seguir carreira na ciência, mas não sabe por onde começar? Conheça os Grupos de Pesquisa da Unifor
ter, 5 julho 2022 09:41
Quer seguir carreira na ciência, mas não sabe por onde começar? Conheça os Grupos de Pesquisa da Unifor
Além de contribuir para a realização de pesquisas científicas, os alunos participam de debates, aprimoram a oratória e aprendem a realizar boas entrevistas de emprego
Na Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, a trajetória universitária ultrapassa a sala de aula. A instituição tem como um de seus objetivos incentivar seus alunos a explorarem todas as oportunidades que o campus e os cursos oferecem, para que os estudantes possam ter uma trajetória mais completa e se desenvolvam academicamente e profissionalmente.
Uma dessas possibilidades são os programas de bolsas de iniciação científica, responsáveis por captar alunos que desejam se aventurar e/ou seguir carreira como pesquisadores. Os chamados Grupos de Pesquisa são parceiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), e concedem bolsas aos participantes, que também podem concorrer a bolsas de pesquisa vinculadas à Fundação.
Dessa forma, a cultura dos grupos de pesquisa e o estímulo à ciência se mantêm muito presentes na Unifor, que busca incentivar o intercâmbio entre alunos e pesquisadores de diversas partes do mundo. Para confirmar esse propósito, a instituição realiza, anualmente, o Encontro de Iniciação à Pesquisa, para que os alunos dos cursos de graduação da Universidade e de outras instituições de Ensino Superior do país possam divulgar seus trabalhos, produzidos, em grande parte, por meio de projetos de pesquisa.
Ponto de partida
De acordo com Rita Mônica Borges Studart, professora do curso de Enfermagem e coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa Tecnologia e Inovação (GEPTI) da Unifor, o grupo de pesquisa se configura como um ponto de partida para a produção acadêmica. A docente explica que, por meio desses programas, os participantes fortalecem as produções na linha de pesquisa escolhida, e dão importantes contribuições científicas para os trabalhos desenvolvidos.
Esses grupos são formados por um conjunto de pesquisadores e estudantes que se organizam em torno de uma ou mais linhas de pesquisa de uma área do conhecimento, com o objetivo de desenvolver pesquisas científicas. Geralmente, o líder do grupo é o professor que tem mais experiência com o tema, e ele tem a responsabilidade de coordenar e planejar os trabalhos realizados pelos participantes.
O órgão regulamentador desses grupos no Brasil é o CNPq, que tem o objetivo de fomentar a pesquisa científica, incentivar a formação de pesquisadores e sistematizar os grupos de pesquisa no país. Na Universidade, os programas de iniciação científica englobam as quatro grandes áreas do conhecimento, possibilitando que alunos de todos os Centros de Ciências da instituição ingressem nesses grupos. Entretanto, é importante mencionar que as vagas são limitadas.
Ademais, esses programas fornecem ferramentas importantes para que os estudantes desenvolvam habilidades dentro da academia, a partir de conceitos de colaboração e trabalho em equipe. “[Os participantes] também desenvolvem a capacidade de liderança, a versatilidade para lidar e conversar com diferentes tipos de profissionais, a empatia, o senso crítico e a criatividade para apresentar ideias inovadoras”, acrescenta Studart.
Aproveitar o que a Universidade tem a oferecer
Além de contribuir para um maior crescimento pessoal, fazer parte de um grupo de pesquisa durante a graduação pode impactar o futuro profissional do aluno, como é o caso de Aglauvanir Barbosa, egressa do curso de Enfermagem e ex-integrante do GEPTI, que engloba diversos cursos da área da Saúde.
A enfermeira conta que a motivação para ingressar no grupo surgiu da vontade de aprender a pesquisar e escrever artigos científicos e, para ela, o GEPTI possui um papel importante em sua trajetória acadêmica. “Eu saí da graduação direto para o mestrado, e consegui isso por meio de uma boa pontuação na análise de títulos, por ter publicações de artigos e pertencer a um grupo de pesquisa cadastrado no CNPq”, explica a atual doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Enquanto integrante do grupo, Barbosa afirma que o seu maior aprendizado foi, de fato, a escrita acadêmica, justamente por ter sido por meio dela que pôde participar, ainda na graduação, da elaboração de publicações científicas, o que a motivava a pesquisar e estudar sobre assuntos diversos dentro de sua área de atuação.
Atualmente, a doutoranda contribui com o GEPTI por meio da orientação dos alunos de iniciação científica em seus resumos e escrita de artigo científico, visando ajudá-los em suas publicações e apresentações de trabalhos em feiras e congressos (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma das pesquisas desenvolvidas por Aglauvanir ainda no GEPTI abordou pacientes que realizaram transplantes renais no ambulatório de um hospital escola, e ela revela que ouvir dos pacientes o impacto da hemodiálise, assim como conhecer mais a fundo essa realidade, a comoveu bastante. Desse trabalho, surgiu a paixão pela área de Nefrologia, especialidade dedicada ao diagnóstico e tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas ao rim.
“Acho muito importante o trabalho que a Unifor faz, dando oportunidade de você, enquanto acadêmico, vivenciar o ensino, a pesquisa, a participação em ligas acadêmicas e a iniciação a docência. Cabe aos discentes aproveitar tudo de melhor que a Unifor tem a oferecer para o nosso crescimento humano e profissional” - Aglauvanir Barbosa, egressa do curso de Enfermagem e ex-integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Tecnologia e Inovação (GEPTI)
Um novo universo
Perto de ingressar no sétimo semestre do curso de Direito, o aluno Artur de Morais descobriu o Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais (GEPDC) da Unifor durante as aulas da disciplina optativa de Direitos Culturais, ministradas pelo professor Francisco Humberto Cunha. Foi a partir dos ensinamentos passados em sala de aula que o estudante começou a entender a importância e a amplitude desses direitos como ciência.
Antes mesmo de ingressar no grupo, Artur apresentou um trabalho no Encontro Internacional de Direitos Culturais, evento organizado pelo próprio GEPDC, no qual abordou a aplicação prática de uma norma específica da constituição de Pernambuco. A partir desse momento, todos os trabalhos realizados pelo aluno são sempre voltados para o levantamento e análise sobre a aplicação dos Direitos Culturais.
Artur de Morais explica que, no GEPDC, o tema da pesquisa muda anualmente. Ano passado, os participantes estudaram o humor e suas repercussões sociais, jurídicas e políticas, e, atualmente, estão voltados para o estudo da democratização dos Direitos Culturais (Foto: Arquivo Pessoal)
Para o graduando, o grupo de pesquisa, além de apresentar um novo universo de conhecimentos na área das Ciências Jurídicas, também o mostrou aspectos importantíssimos da produção científica. Hoje, por exemplo, ele é capaz de identificar fontes de pesquisa com maior precisão, e também possui uma visão mais ampla da organização de eventos acadêmicos.
“Graças ao GEPDC, eu entrei em contato com pessoas que seguiram carreiras interessantíssimas, as quais hoje são opções muito pertinentes para mim. No âmbito acadêmico, estou sempre cercado de pessoas fenomenalmente inteligentes e cooperativas, dispostas a me mostrar muita coisa nova e instigante. Cresço muito dentro do grupo, e ele é uma das melhores experiências que já tive na graduação”, finaliza o futuro bacharel em Direito.