seg, 22 setembro 2025 11:33
TEC Unifor: um ecossistema para pesquisar, inovar e transformar a sociedade
Consolidado como um mundo aberto à criatividade e à ciência, o Parque Tecnológico da Unifor promove conexão entre mercado e academia à medida que contribui para a transformação da sociedade por meio do desenvolvimento tecnológico junto a empresas e laboratórios de ponta

Um vasto território de pesquisa e inovação. No TEC Unifor — o Parque Tecnológico da Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz —, pesquisadores, empresas, instituições da sociedade, startups, alunos e professores encontram toda a estrutura necessária para criar novos produtos, aplicar pesquisas que podem fazer a diferença na sociedade, turbinar negócios e empreender.
Nos cerca de 2.000 m² do Parque, há oito ambientes vinculados diretamente à Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP): sete laboratórios com expertises específicas de destaque e um hub de inovação que é responsável pelos programas de inovação corporativa, aceleração e incubação de empresas. Também há salas para residências de negócios interessados em desenvolver projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI) com esses espaços. Atualmente, há 23 empreendimentos residentes, entre startups e empresas já consolidadas.
“O principal serviço [do TEC Unifor] é de execução de projetos de pesquisa e inovação, em parceria com empresas e outras organizações, por meio dos nossos laboratórios. Apoiamos também na captação de recursos para viabilização de projetos via editais de fomento. E promovemos eventos para conexão e networking entre a comunidade da Universidade e o ecossistema de inovação”, explica o coordenador do TEC Unifor, Fernando Ferreira. Segundo ele, foram aprovados seis projetos no último Tecnova III (edital nº 10/2024), em parceria com empresas participantes do ecossistema do parque.
Toda a estrutura do Parque Tecnológico, que vem crescendo nos últimos anos com novos laboratórios e ampliação do corpo técnico, funciona com potencial de impactar no desenvolvimento local e regional por meio da pesquisa aplicada e da criação e crescimento de negócios de base científica e tecnológica.
De lá, saem ideias inovadoras nas mais diversas áreas do conhecimento. Na prática, o TEC Unifor possibilita a troca de experiências, a formação de talentos de excelência e a criação de produtos e serviços de alto valor agregado para o mercado e a sociedade.
Auxílio para remodelar produtos tecnológicos e acelerar empresas
A InfoMarket é uma empresa de tecnologia que monitora preços de mercado por meio de inteligência artificial e transforma isso em dados para o varejo. A CEO Katrine Rodrigues conta que conheceu o TEC Unifor graças ao sócio Rafael Bomfim, aluno de doutorado da Universidade de Fortaleza na época.
“Fomos a primeira empresa a entrar no Hub [de Inovação]”, relembra. A empresa contou com o equipamento para auxiliar sua gestão para conseguir crescer. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 1,5 milhão anual.
Katrine conta que a entrada para o Unifor Hub aconteceu durante a pandemia de Covid-19, mais precisamente em 2021, e foi um período de redescoberta para a empresa. “Foi extremamente enriquecedor estar próximo dos projetos e do desenvolvimento da Universidade. Isso trouxe para nós um outro olhar”, afirma. Para ela, participar de diversos projetos dentro desse ecossistema que existe na instituição vai criando uma série de oportunidades.
A InfoMarket é uma retailtech, que ajuda os varejos a melhorarem sua operação comercial e rentabilizar margens e também proporcionar ao consumidor uma melhor experiência de consumo e, assim, tomar melhores decisões de compra. Surgiu há 13 anos como uma empresa tradicional, analógica, com o objetivo de desenvolver pesquisa de mercado dentro do Ceará para ajudar principalmente distribuidores e indústrias locais.
“Nós tínhamos um processo de pesquisa dentro do ponto de venda, dentro da loja, de forma muito analógica mesmo, manual, com pesquisadores e tudo”, lembra Katrine. Ela diz que sempre soube que precisaria de suporte da área tecnológica, pois acreditava que, de forma manual, a empresa não conseguiria crescer muito.
Foi aí que Rafael, hoje professor do curso de Ciência da Computação e pesquisador do Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA), entrou como seu sócio complementar. A empresa foi transformada e os produtos remodelados. “E, ao longo do tempo, nós desenvolvemos um dos nossos produtos que hoje é o nosso carro-chefe, que é o Promo”, diz.
Rafael levou toda a expertise de inteligência artificial e a bagagem do desenvolvimento na sua jornada estudantil dentro da Unifor. “Viemos de uma empresa tradicional e adentramos neste ecossistema de inovação [do TEC Unifor], entendendo e conhecendo um pouco. Através da aceleração do Unifor Hub, entendemos que precisaríamos ir para esta linha de smart money para poder expandir e escalar de forma mais rápida, porque nós tínhamos um bom produto e, somado a isso, o cap table limpo (participação apenas dos sócios fundadores)”, conta Katrine.
Eles então mergulharam em um processo de captação de recursos e a empresa foi deslanchando. Recentemente, a InfoMarket foi contemplada com investimento do Criatec 4, fundo do BNDES gerido pela Triaxis Capital e Crescera Capital, que tem como foco fomentar o empreendedorismo inovador no Brasil. “Conseguimos essa captação e isso valida ainda mais o nosso projeto, a nossa entrega, o nosso propósito”, diz Katrine.
Agora, os planos são acelerar para o Brasil inteiro. “Queremos ser referência até em 2027 como uma empresa que cobre todo o guarda-chuva de promoções do monitoramento ao ROI, fazendo com que as empresas, tanto as indústrias quanto os varejos, consigam evoluir na sua gestão e na sua construção de promoção de forma tecnológica e impactando nos resultados e na experiência do consumidor também”, afirma Katrine.
“A Universidade contribui com pesquisa e inovação para os mercados tradicionais. (...) Acredito que a Unifor e o Parque Tecnológico são um pilar para isso e que precisamos aproveitar ainda mais essa estrutura, porque aí conseguimos fazer com que pesquisadores desenvolvam a inovação e a tecnologia e, ao mesmo tempo, as empresas possam ter produtividade e desenvolver novos mercados, novas soluções para resolver problemas e dores da sociedade” — Katrine Rodrigues, CEO da Infomarket
Ela diz que a empresa se prepara para desenvolver toda a parte de PDI junto à Universidade, então parte da captação é para mercado, acelerar, mas outra parte é para desenvolvimento e melhoria do produto em parceria com a Unifor. O projeto será desenvolvido em um dos laboratórios do Parque Tecnológico e contará com alunos e professores.
“Estamos muito confiantes de que os resultados vão ser maravilhosos. Com velocidade, vamos conseguir melhorar ainda mais os nossos agentes de inteligência artificial (IA), para conseguir entregar com melhor acurácia os nossos produtos”, declara Katrine.
Proximidade da universidade ao mercado
Em funcionamento desde 2017, o TEC Unifor promove um diálogo interdisciplinar e constante entre pesquisa, sociedade e mercado, oferecendo conhecimento técnico e científico a empresas dos mais diversos portes. Os resultados disso passam por soluções para aproveitar recursos antes descartados pela indústria, aceleração e crescimento de negócios recém-criados ou mesmo novos produtos para otimizar serviços de saúde ou melhorar gestão e processos de trabalho.
“Ter um parque tecnológico aproxima a Unifor do mercado, além de promover parcerias e desenvolvimento tecnológico. Quando colocamos essas coisas em conjunto, temos um diferencial importante para a Universidade”, destaca o vice-reitor de Pesquisa, Milton Sousa.
Ele explica que os alunos podem atuar em projetos práticos de desenvolvimento tecnológico junto a empresas, ampliando as possibilidades de criação de conhecimento, experiência e empregabilidade. O TEC Unifor contribui para a formação de mão de obra específica e qualificada em um mercado com necessidades em inovações sociais e tecnológicas.
“Além de enfocar questões tecnológicas voltadas ao mercado, resolvendo problemas de empresas e melhorando sua competitividade, o TEC Unifor também desenvolve projetos de inovação social que buscam resolver problemas que afligem a sociedade. Exemplo disso é a aceleração de negócios de impacto socioambiental do Unifor Hub”, pontua Milton.
“[O TEC Unifor traz] oportunidades de desenvolvimento de projetos, de interação com diferentes tipos de atores (empresas, governos, ONGs etc), criação de novas soluções e conhecimentos, ampliação de parcerias e aproximação da universidade com o mercado e a sociedade, beneficiando alunos, professores e funcionários” — Milton Sousa, vice-reitor de Pesquisa da Unifor
Interdisciplinaridade para desenvolver soluções ao mercado e à sociedade
Geneflides Silva, CEO da empresa G4Flex Integrated Solutions, é egresso da Unifor. Também foi professor dos cursos de Ciências da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia Eletrônica e Engenharia de Telecomunicações, do qual ainda foi coordenador. Ele conta que a empresa dele fez parte de programas anteriores de incubação e que a ida ao TEC Unifor já era uma intenção antiga sua, mesmo possuindo sede em outro local da cidade de Fortaleza.
A G4Flex já atua há 17 anos no mercado, atendendo empresas em todas as cinco regiões do país. Seu campo de atuação é majoritariamente contribuir com a melhoria da produtividade no atendimento e vendas das corporações. “Atuamos especificamente no modelo B2B, ou seja, nossos clientes são empresas”, explica Geneflides. O negócio disponibiliza uma plataforma de software que é uma Suíte de Soluções Integradas, envolvendo Omnichannel e CRM, com IA embarcada.
Para Geneflides, o ambiente do TEC Unifor carrega a multidisciplinaridade no seu âmago, assim como seu empreendimento. “Este DNA sempre fez parte da história da G4Flex, pois atendemos empresas de diversos setores. Uma nova funcionalidade demandada por uma empresa da área da saúde pode ser incorporada por companhias de outros setores”, diz. Assim, a parceria com o Parque Tecnológico fez com que o negócio se relacionasse com alunos, professores e coordenadores de diversas áreas do conhecimento.
Geneflides explica que a sustentabilidade da G4Flex passa diretamente por constante pesquisa, adequação e inovação das tecnologias emergentes. “O contato ‘na fonte’ com alunos e professores nos mantém oxigenados e com capacidade para crescimento das equipes, de acordo com as demandas de crescimento do negócio”, afirma.
Segundo o CEO, praticamente 80% da equipe é composta por pessoas com formação técnica e a proximidade in loco com este ambiente tem sido crucial para o constante avanço do empreendimento.
“A Universidade de Fortaleza já é um marco de transformação na sociedade cearense, principalmente por sua contribuição na formação de pessoas qualificadas para a sociedade como um todo. Acredito que a estrutura do TEC Unifor é a continuidade desse reflexo se pensarmos em tecnologia. Vislumbro que o Parque deve se tornar um espaço ainda maior de atuação e relação com as empresas” — Geneflides Silva, CEO da empresa G4Flex Integrated Solutions
A G4Flex, segundo Geneflides, é um exemplo didático do espaço aberto pela Unifor para receber empresas interessadas em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Estamos prevendo crescimento mais acelerado para 2026 e sem dúvida já temos planos de crescimento físico dentro do espaço do TEC Unifor. Costumo brincar internamente com os alunos que iniciam como estagiários: espero te ver por aqui, pelos próximos 30 anos”, diz o CEO.
A possibilidade de participar de desafios de inovação a projetos reais
A gama de participação dos estudantes no TEC Unifor é ampla, de desafios de inovação a projetos reais. Thiago Rodrigues é aluno do curso de Negócios e já atuou em três bootcamps — um programa que fomenta uma primeira experiência empreendedora aos alunos da Unifor, ensinando-os todo o processo de criação de uma startup e orientando os discentes sobre a inserção no mercado. Ele foi duas vezes como participante e uma como voluntário.
O aluno conta que se destacou nos hackathons, competições com desafios reais a serem solucionados: ficou em primeiro lugar no hackathon da empresa M. Dias Branco em 2024 e 2025. Agora, está no projeto piloto pós evento da empresa, tendo também participado do hackathon da Unimed ano passado e estagiado durante os seis primeiros meses deste ano na área de inovação na Vice-Reitoria de Pesquisa da Unifor.
“O Parque é um ambiente de teoria e prática, permitindo que os alunos participem de projetos reais, desafios de inovação e parcerias com grandes empresas. Isso ajuda a desenvolver competências como resolução de problemas, pensamento crítico, trabalho em equipe e inovação — todas essenciais para o mercado de trabalho atual” — Thiago Rodrigues, aluno do curso de Negócios
Thiago diz que é essencial ter uma estrutura como a do TEC Unifor na formação profissional e acadêmica. “[Isso] ajuda o aluno a entrar no mercado de trabalho, com recursos como mentorias e eventos que abrangem nosso networking”, detalha.
Para ele, as conexões que o Tec Unifor promove entre mercado, empresas e academia trazem uma série de benefícios para a formação dos estudantes da Unifor. “Entendemos melhor o mercado atual com parceria de grandes empresas, temos a oportunidade de atuar nelas, seja projeto de iniciação científica, startup ou hackathons. Isso nos dá um amplo networking e aumenta nossas qualificações para o mercado”, opina.
Ter um parque tecnológico na Universidade, segundo Thiago, abre oportunidade de testar ideias, desenvolver projetos inovadores e participar de iniciativas que simulam desafios do mercado. “O Parque oferece suporte para desenvolver soluções inovadoras e realizar pesquisas. Essa experiência não só fortalece a formação acadêmica, mas também abre caminhos para empreender, criar startups e oportunidades de negócios”, acredita.
Um parque tecnológico para as mais diversas áreas
O TEC Unifor consegue atuar em qualquer área de pesquisa e inovação, diz o coordenador Fernando Ferreira. “Temos talentos em todas as áreas, seja da comunicação, gestão, jurídica, saúde ou tecnologia. Contudo, temos algumas verticais que se destacam, como a área de energia, biotecnologia, tecnologia da informação e saúde de forma geral”, diz.
Desde a sua criação, em 2017, o TEC Unifor vem crescendo. “Nós captamos dois projetos com a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos, uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) para ampliação e melhoria de nossa infraestrutura e corpo técnico. Com esse recurso criamos novos espaços e contratamos mais pessoas”, afirma Fernando.
Com isso, foram criados um auditório, específico para eventos de inovação alinhados com os interesses da comunidade, e o chamado Espaço Growth, um novo degrau na jornada do empreendedor após sua graduação do programa de aceleração ou incubação no Parque Tecnológico.
Fernando acrescenta que o hall está sendo requalificado como um ambiente para proporcionar encontros significativos à comunidade e outros eventos. “Estamos fundando um novo laboratório de fabricação digital, que vai potencializar uma expertise de fronteira que é a bioimpressão (LapinBio), onde poderemos aproximar mais ainda as áreas de tecnologia e biologia em pesquisas na área de alimentos e outras”, emenda.
Os recursos também têm sido importantes para a melhoria de outras estruturas já existentes, criando salas modelo para receber novas empresas, melhorando a infraestrutura de laboratórios como o Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA) e criando uma sala para gestão do Parque.
Conheça os laboratórios e núcleos do TEC Unifor
Lapig
O Laboratório de Pesquisa em Inovação e Gestão (Lapig) projeta e operacionaliza soluções que reconfiguram processos em organizações de diferentes setores e áreas. O objetivo é contribuir para que essas organizações possam ser mais eficientes, eficazes e efetivas na entrega de seus produtos e serviços, utilizando para isso metodologias inovadoras e que promovam resultados rápidos.
Lapin
O Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades (Lapin) possui estrutura estrutura contendo área maker, área hacker, área de realidade aumentada e virtual, e energias renováveis. O laboratório conta com equipe permanente nas áreas de:
- Prototipação rápida de software e hardware;
- Modelagem 3D para prototipação física e realidade virtual;
- Design Industrial e design de produto;
- Big data e análise de dados;
- Realidade virtual, realidade aumentada;
- Empreendedorismo e Startups;
- Arquitetura e Urbanismo;
- Internet das Coisas - IoT, tecnologias embarcadas;
- Desenvolvimento Backend, Frontend, Mobile.
NCDIA
O Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA) é um ambiente dedicado ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação através da análise de dados, da excelência de modelos matemáticos, estatísticos e computacionais, e da aplicação e aprimoramento de técnicas de inteligência artificial, utilizando processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e aprendizado profundo.
NUPEM
O Núcleo de Pesquisa em Energia e Materiais (NUPEM) apoia empresas por meio de melhoria de sistemas térmicos em geral. Possui uma área de testes e desenvolvimento para analisar máquinas de refrigeração, geração, conversão e combustão em geral. O Núcleo também desenvolve materiais focados em setores de energia, como derivados de petróleo, biocombustíveis, energia solar e hidrogênio verde. As áreas de atuação eglobam:
- energia solar,
- máquinas térmicas,
- sistemas de refrigeração,
- gases combustíveis,
- gestão de energia,
- biomassa e combustão.
Nubex
O Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) é um centro de excelência em pesquisa da graduação e pós-graduação da Universidade de Fortaleza. Foi inaugurado em março de 2013 com o objetivo de produzir novos conhecimentos que respondam aos desafios científicos, biotecnológicos e sociais do país. O Núcleo atua nas áreas de pesquisa, de inovação e desenvolvimento para diversos segmentos, principalmente os da saúde, o de alimentos, fármacos e educação. No Nubex são desenvolvidas pesquisas numa perspectiva multidisciplinar nas áreas de ciências biológicas e da vida.
GIRA Lab
O Laboratório de Games, Interação e Realidade Virtual (GIRA Lab) é um espaço de pesquisa e desenvolvimento em Games, Interação e Realidade Virtual, onde utilizam Inteligência Artificial em processos críticos, especialmente no monitoramento da saúde. São desenvolvidos jogos digitais sérios e transformacionais nos campos da saúde, educação, computação e cultura. Em Realidade Virtual, o foco em criar aplicações que promovam engajamento, agência e imersão. Seu objetivo é desenvolver soluções práticas que transcendam o acadêmico para beneficiar também a sociedade e a indústria.
Parceria com empresas de diversos portes
O TEC Unifor mantém alguns modelos de parceria, tanto para empresas que desejam fisicamente estarem próximas ao seu ecossistema quanto para empresas que apenas estão interessadas em pesquisa e inovação. “Em cada caso existe um conjunto de benefícios que são inerentes a esses modelos, como, por exemplo, o acesso facilitado à nossa comunidade de talentos e pesquisadores, no caso das residentes”, explica Fernando.
Toda a relação se dá principalmente por meio de projetos, que sejam de interesse mútuo das empresas e da Unifor. “Como instituição de ciência e tecnologia (ICT), nós temos indicadores voltados para inovação (produção científica, propriedade intelectual etc), portanto precisamos explorar bem o componente de inovação de cada um dos projetos. Podemos, por exemplo, agregar esses elementos na necessidade que a empresa nos apresenta”, afirma o coordenador do Parque.
Todas as empresas são elegíveis para se tornar empresas residentes, desde que haja salas disponíveis. Atualmente, o TEC Unifor tem quatro salas de 80m² e três salas de 15m² ainda disponíveis para negociação. Basta a empresa entrar em contato com a equipe de gestão do Parque.
“A partir daí, iniciamos as conversas para apresentação das instalações, bem como alinhamento de intenções de pesquisa e projetos. E caso não tenhamos disponibilidade de salas, ainda encorajo a conversa para que possamos nos engajar em projetos. Desta forma, mantemos o vínculo e aguardamos pela disponibilidade de uma sala onde a empresa possa se alocar”, diz Fernando.
Já os empreendimentos que desejam participar da aceleração ou incubação necessitam que pelo menos um dos sócios seja aluno, egresso ou funcionário. Além disso, para aceleração, a empresa já precisa estar constituída e faturando uma média de 5 mil reais nos últimos três meses. Para incubação é feita uma análise do tipo de produto ou serviço que a empresa está buscando oferecer.
“Acredito que o maior benefício [das parcerias com o TEC Unifor] seja os resultados dos projetos, que agregam valor no mercado como o todo, em vários aspectos”, afirma Fernando. Ele diz que a sociedade se beneficia de melhorias em serviços e produtos oferecidos no mercado, tanto como também se beneficia por meio de projetos de impacto socioambiental que algumas empresas apoiam, além dos mantidos pela própria Fundação Edson Queiroz.
Já as empresas, argumenta Fernando, se beneficiam por uma elevação do faturamento, em função das melhorias de seus processos, produtos ou serviços, bem como da facilidade e comodidade de acesso aos talentos que são desenvolvidos durante o projeto e que muitas vezes acabam sendo efetivados na empresa. Os alunos, por sua vez, adquirem um know-how e experiência extremamente diferenciados e alinhados com o mercado de trabalho, facilitando a sua inserção durante a própria graduação.
Ao longo dos anos, o TEC Unifor vem colecionando uma série de reconhecimentos, de alunos premiados em diversos eventos, inclusive com representação internacional, a startups premiadas. Trilha Edu e InfoMarket são exemplos de startups premiadas que captaram investimentos significativos, com o apoio do Unifor Hub.
O Hub de Inovação da Universidade de Fortaleza também foi premiado como o melhor ambiente de inovação no Ceará Awards 2024. A categoria reconhece o melhor ambiente de inovação do Estado para a geração de conexões e oportunidades de negócios reunindo empresas e startups.
“Nossa infraestrutura permite a realização de pesquisas de fronteira, sem as barreiras muitas vezes presentes para que alunos e profissionais possam se desenvolver. E, naturalmente, mais importante que os equipamentos e laboratórios, temos as pessoas (pesquisadores e técnicos) que são extremamente competentes em suas áreas. Muitos dos quais conseguiram captar projetos que trouxeram essa infraestrutura para a Universidade” — Fernando Ferreira, coordenador do TEC Unifor
O TEC Unifor promove diversas conexões entre mercado, empresas e academia. Isso ocorre pelos próprios projetos, mas também por meio dos eventos realizados constantemente para aproximação desses atores. “Acho importante acrescentar o poder público inclusive, pois temos também esta conexão real com problemas das cidades onde empresas e academia se juntam para a estruturação de soluções inovadores”, pontua Fernando.
A internacionalização também é uma realidade no TEC Unifor, com parceria de pesquisas relevantes com recurso internacional captado em desenvolvimento com instituições do mundo inteiro. Além disso, há um estreitamento de laços com outros ambientes de inovação internacionais para realização de soft landings, que é uma espécie de intercâmbio de empresas. Uma empresa que deseja internacionalizar seus serviços, por exemplo, pode participar de missões.
“Você envia e recebe startups de outros ecossistemas para que eles possam conhecer especificidades de novos mercados e ampliar a sua carteira de clientes de maneira global”, conclui Fernando.