Divertida Mente 2: Como novo filme da Disney-Pixar ajuda a lidar com as emoções?

seg, 15 julho 2024 16:47

Divertida Mente 2: Como novo filme da Disney-Pixar ajuda a lidar com as emoções?

Cenas da animação podem ser ponto de partida para discussões sobre emoções e experiências pessoais, facilitando a reflexão sobre diferentes sentimentos


Chegada de novas emoções em Divertida Mente 2 é tema central da narrativa cinematográfica (Imagem: Divulgação/Disney-Pixar)
Chegada de novas emoções em Divertida Mente 2 é tema central da narrativa cinematográfica (Imagem: Divulgação/Disney-Pixar)

Nove anos após o lançamento de “Divertida Mente” (2015), pela Pixar Animation Studios, chega às telas de cinema do Brasil o filme “Divertida Mente 2”. Mantendo a temática de explorar a complexidade das emoções humanas de forma lúdica e acessível, a animação, desta vez, apresenta novas emoções.

Inveja, vergonha, tédio e ansiedade chegam à mente da personagem Riley, abrindo portas para novas discussões acerca da importância de reconhecer e expressar as próprias emoções.

Para a Dra. Juliana Pita, docente do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza — instituição da Fundação Edson Queiroz —, a obra ajuda a aumentar a conscientização sobre a saúde mental e traz ainda elementos que podem ser utilizados no processo de autoconhecimento de diferentes faixas etárias.

Entendendo as emoções

A franquia “Divertida Mente” personifica emoções, ajudando as pessoas, especialmente crianças, a reconhecer e nomear esses sentimentos. Além disso, ao mostrar que todas as emoções têm um papel importante na vida, a animação pode ajudar a normalizar sentimentos que às vezes são vistos como negativos, como tristeza, raiva e ansiedade, o que reduz o estigma e a vergonha associados a eles.

Outro ponto interessante possibilitado pelo longa-metragem é fazer com que os espectadores assistam aos personagens lidando com diferentes situações, e aprendam estratégias de enfrentamento saudáveis, compreendendo a importância de aceitar e integrar todas as emoções.

Juliana diz que a obra aparece como um recurso poderoso para crianças e adultos, facilitando conversas sobre sentimentos e apresentando possibilidades de como lidar com eles. A narrativa ressalta que cada pessoa tem uma forma própria de lidar com as emoções e que tudo que se sente sempre é vivido nas relações com outras pessoas.

As temáticas destacadas, como aceitação social e ansiedade frente a novos desafios, podem oferecer possibilidades de criação de ricos recursos clínicos no campo da psicologia, como ferramentas para ajudar crianças, adolescentes e adultos a compreenderem como eles vivem e agem com suas emoções.


“De acordo com meu olhar clínico, que se fundamenta na compreensão vivida da pessoa sempre entrelaçada ao mundo e ao que ele significa para ela, as emoções e os sentimentos são experiências vividas por todos. Assim, buscamos facilitar sua expressão, acolher e descrever da forma como são vividas pelo paciente, livre de julgamentos e valores, como positivo ou negativo”Juliana Pita, docente e coordenadora adjunta do curso de Psicologia da Unifor

“O filme destaca ainda a questão sobre o que é saudável ou não, como sentir diversas emoções e que todas as emoções apresentam um valor importante nas nossas vidas”, pontua a psicóloga.

Relacionamento familiar e empatia

Sucesso de crítica e bilheteria, “Divertida Mente 2” também gera discussões importantes sobre saúde mental e inteligência emocional, sendo utilizado em contextos educacionais e terapêuticos para ajudar a explicar conceitos complexos de forma acessível.

Mas para além dos consultórios, os elementos oferecidos pelo filme também podem enriquecer conversas entre pais e filhos, dando suporte ao entendimento entre gerações. A representação visual das emoções pode ser uma forma eficaz de comunicação e compreensão para quem não consegue explicar o que está sentindo, seja pela pouca idade ou pela dificuldade de expressar-se.

“Conversas abrem portas para a conexão consigo mesmo, com o outro e com a vida. Com isso, oferece mais suporte pessoal e relacional para todos os membros da família”, afirma Juliana.


Dialogar sobre emoções auxilia no processo de autoconhecimento infantil e favorece o estreitamento de vínculos afetivos (Imagem: Getty Images)

O desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais passa pela compreensão dos sentimentos alheios. Sendo assim, os filmes de “Divertida Mente” são capazes de promover a empatia, ajudando os espectadores a entender melhor as emoções e os comportamentos dos outros.

Para a professora Juliana, o filme coloca os espectadores diante de uma questão: a necessidade de compreender o que sentem em determinado momento da vida. Ou seja, ele posiciona o indivíduo em um lugar que pede empatia.

Para que eu possa ser empático com os outros, é necessário que eu também compreenda o que acontece comigo. É um constante olhar para mim, para o outro e para a forma como nos relacionamos”, observa a psicóloga.

Por fim, Juliana sintetiza a obra ao salientar que “Divertida Mente 1 e 2” apontam para a premissa de que todas as emoções são importantes e de que é preciso acessar, conhecer e aceitar o que se vive.

“A psicoterapia pode ser um caminho bem interessante para esse processo. Quando nos conhecemos, nos relacionamos de forma mais autêntica conosco e com os outros, nos responsabilizamos pelo que sentimos e fazemos”, conclui.

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