Entrevista Nota 10: Giulia Braide, do Ceará para a lista da Forbes Under 30

seg, 19 agosto 2024 17:16

Entrevista Nota 10: Giulia Braide, do Ceará para a lista da Forbes Under 30

Co-fundadora do ecossistema criativo MESSS, a empresária cearense fala sobre sua trajetória profissional e os desafios atuais do mercado de marketing e comunicação no Brasil


Giulia é egressa do curso de Gestão de Marketing da Universidade de Fortaleza (Foto: Arquivo pessoal)
Giulia é egressa do curso de Gestão de Marketing da Universidade de Fortaleza (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 28 anos, a empresária cearense Giulia Braide já acumula uma trajetória profissional repleta de experiências notáveis no mercado de marketing e comunicação. No auge dos 18 anos, abriu sua primeira empresa, a Outside, que atuava localmente com serviços de social media e criação de conteúdo. Dois anos depois, com um segundo empreendimento (Thop), ela intensificou seu foco no ramo da moda ao desenvolver projetos de Fashion Marketing.

Saiu de Fortaleza aos 22 anos para São Paulo, onde mora até hoje. Por lá, desde 2020, tornou-se diretora criativa e sócia fundadora da MESSS, um ecossistema criativo composto por três frentes de atuação: a MessStudio, produtora de conteúdo; a Messs Agency, agência de comunicação; e a MesssIn, de agenciamento de carreira. A empresa, em apenas quatro anos de existência, já assinou campanhas para marcas como WhatsApp, Levi’s, Prada e Banco Neon.

Com dedicação ímpar ao empreendedorismo desde tão cedo, a jovem já recebeu o título de “The face of Brazil's Gen Z market in Ad Industry” pela plataforma global Worth Global Style Network (WGSN), que estuda e prevê tendências. Em 2022, ela e Arthur Chini, seu sócio, foram listados na Forbes Under 30 na categoria Marketing & Publicidade pelo trabalho frente à MESS. Foi a primeira vez que uma cearense figurou na lista dessa área.

Giulia começou toda essa história dentro do campus da Universidade de Fortaleza, onde concluiu o curso de Gestão de Marketing. “A importância da Unifor na minha vida foi realmente a de ser o espaço onde eu dei os meus primeiros passos. Foi na sala de aula que eu empreendi sem saber que já estava empreendendo”, revela a empresária, que também possui um projeto pessoal com foco em educação criativa, o Compartilhando O Babado.

Na Entrevista Nota 10 desta semana, ela fala sobre sua trajetória profissional e os desafios do mercado de marketing e comunicação no Brasil, assim como rememora sua conexão com a Unifor.

Confira na íntegra a seguir.

Entrevista Nota 10 — Você começou no empreendedorismo ainda muito cedo, aos 18 anos, quando fundou sua primeira empresa no ramo de mídias sociais. Depois, o surgimento da MESSS consolidou de vez seu nome na trilha do sucesso. O que te motivou a trabalhar com empreendimentos nos ramos de comunicação e marketing? Que “faltas” você identificou no mercado para conseguir montar sua linha de atuação?

Giulia Braide — Não foi algo planejado. Eu venho de uma base de administração, sempre tive muito referencial de empreendedorismo dentro de casa. Mas durante toda a fase da escola até os primeiros passos na faculdade, eu estava muito perdida, não sabia o que eu gostava de fazer, que caminho tomar, como prosseguir, mas eu sempre fui uma pessoa muito inventiva, sempre gostei de criar projetos, isso desde a época escolar. Então, quando me vi infeliz e insatisfeita, já recém-adulta - tinha feito, a princípio, Administração - falava “Não é isso que eu quero, não é isso que eu gosto, não é essa minha vocação”. Eu poderia ter aceito e seguido, mas foi um ato do destino.

Um belo dia eu entrei no quarto da minha mãe, e na cabeceira dela tinha um livro do Kotler, “Marketing 4.0”, e aquilo ali me chamou atenção. Quando comecei a ler, tudo fazia sentido, porque comecei a linkar com movimentos pessoais, às vezes invenções que eu tinha desde a época que eu era criança, e pensava “Nossa, eu sei fazer isso! Isso aqui faz sentido”. Era a primeira vez que eu estava lendo uma teoria relacionada a marketing. Depois daquilo, eu entendi que a comunicação era uma área que eu queria mergulhar, o marketing especificamente, mas entendi que existiam outras áreas, a publicidade como um todo. Foi depois disso que eu realmente entendi que gostaria de trabalhar e desenvolver projetos nessa área.

Comecei a pesquisar dentro desse segmento da comunicação, marketing e publicidade. Nisso, eu ainda fazia Administração e falei “Vou fazer essa transição para publicidade. Quero estudar lá na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo”. Só que o vestibular da ESPM acontecia no segundo semestre, e eu não queria ficar parada, estava muito empolgada para estudar. Finalmente tinha encontrado uma área, um caminho que me brilhava os olhos, coisa que eu nunca tive durante a minha vida de estudos. Vi o que tinha em Fortaleza para que eu pudesse já começar a estudar, e aí eu encontrei o curso de Gestão de Marketing na Unifor, era a segunda turma. Assim, segui durante quase um ano fazendo Administração de manhã e Gestão de Marketing à noite.

Eu não tinha planos de empreender, não sabia as definições de empreendedorismo. Tinha um sentimento, algo que me movia, que me motivava, e foi quando tive o meu primeiro brilho grande dos olhos. Sempre gosto de contar essa história: Em uma das disciplinas, na sala de aula, uma grande amiga minha me falou "As empresas do grupo da minha família estão precisando de conteúdo. Você conhece alguém ou alguma empresa que tenha um olhar mais moderno, que possa criar esses conteúdos para o ramo de decoração?".

Na época, Instagram Business nem existia. Eu comecei a pensar e falei "Eu posso fazer isso", mas aí precisaria que fosse uma empresa. Nesse momento, chamei um amigo que também era designer gráfico e sugeri "Você entra com parte do design, eu entro com a parte de criação, conteúdo, e fazemos isso acontecer". E aí criamos o que foi a minha primeira empresa. Nessa sala da Unifor, começou a minha jornada, e eu nunca mais parei.

A falta, respondendo sua outra pergunta, não era uma falta de mercado, era uma falta interna minha. Quando eu entendi o que era esse universo da comunicação como um todo, e como tudo era comunicação, como tudo também tinha essa possibilidade de ser marketing, quando eu entendi que sempre fiz isso, mas que agora eu conseguia dar o nome e conseguia ver a forma e a fórmula também, tudo fez sentido. Acredito que a minha vocação em relação à comunicação sempre existiu, mas ela nunca foi guiada.

Então, posso até dizer que foi uma sorte do destino ter encontrado esse livro na cabeceira da minha mãe, porque se eu não tivesse encontrado, talvez eu não tivesse desempenhado todo esse meu processo de desenvolvimento, de busca em relação à minha área. E eu sou completamente apaixonada pelo que eu faço, cada vez mais procuro me especializar. Tenho muita certeza de que eu, graças a Deus, estou na área certa, no caminho certo, tudo isso graças a um movimento, um olhar atento ali, quando tinha quase 18 anos. E também uma coragem muito grande de falar "Eu posso fazer isso", e daí criar minha primeira empresa de social media.

Entrevista Nota 10 — Apesar de jovem, o ecossistema criativo MESS conta com três frentes de atuação: agência de comunicação, produtora de conteúdo e agenciamento de carreiras. Quais foram os principais desafios no ramo do marketing que vocês precisaram ultrapassar para chegar nesse patamar mercadológico? Por que ter uma abrangência de serviços tão extensa e, principalmente, dividi-la em empresas diferentes?

Giulia Braide — A MESSS surgiu de um movimento em comum, tanto meu quanto do Arthur. Nos conhecemos em 2018, aqui em São Paulo. Começamos a atuar em projetos juntos, e os dois viram um no outro esse complemento, essa oportunidade de que, juntos, podemos crescer muito. A partir disso, em 2019, de uma forma muito natural, nós nos convidamos para trabalhar juntos e começar um projeto do que seria uma nova empresa e do que hoje é a MESSS.

Quando empreendemos na MESSS, eu já tinha quase cinco anos de mercado e empreendedorismo, o Arthur também. Não estávamos fazendo algo no escuro nem era a primeira vez que fazíamos aquilo. Então, foi muito bom ter o repertório das minhas duas antigas empresas. O Arthur também teve duas outras empresas antes de nós dois criarmos juntos a MESSS. E nesse processo, em 2019, de entendermos qual seria o nosso propósito no mercado e como queríamos criar esse projeto, que hoje é um ecossistema criativo, fomos muito dinâmicos.

Entendemos que existia uma lacuna, sim, no mercado da comunicação aqui em São Paulo, muito por experiências que tivemos de projetos em conjunto. Falávamos "Por que essa ideia não pode ser unificada? Por que existem tantas frentes, tantas agências para executar o que é um projeto relativamente médio ou grande e que, muitas vezes, esse resultado não é tão controlado ou, às vezes, é tão difícil?". Foi daí que nasceu essa nossa visão de full service, que hoje é um termo que usamos.

E nascemos com um planejamento de sermos uma agência digital, mas que conseguiríamos criar as nossas estratégias, projetos, campanhas, comunicações e, consequentemente, executar. Porque na execução, vimos que muitas agências ou terceirizavam ou não tinham a expertise ali do detalhe, de olhar e entender sobre o mercado audiovisual, de entender sobre produção executiva, de ter uma visão de como uma ideia se materializa. Então, a MESSS nasceu dessa visão.

Mas eu sempre também falo que renascemos três meses depois do nosso nascimento, que foi na pandemia. Foi o momento de nos reinventarmos, de pegarmos o business plan e tudo o que tínhamos feito e de reconstruir ele. Porque nós tivemos que tomar uma decisão na pandemia: fechamos, pausamos, ou encaramos e continuamos sem saber o que vai acontecer amanhã. Foi nessa segunda opção a decisão que tomamos de seguir. Aí que realmente a MESSS nasceu como empresa, como diferencial, como um movimento que comunicava projetos muito interessantes de uma forma não óbvia, mas sem inventar a roda, ainda assim sendo assertivo, com muita qualidade.

Essa modelagem do que hoje é esse ecossistema — com as três frentes de atuação, do que é essa integração e de você conseguir, como empresa, chegar nesse espaço que se chama MESSS e conseguir executar projetos e serviços integrados, que você não vai precisar ter um esforço ou uma distribuição muito grande de fornecedores — era um formato embrionário ali no nosso começo, não foi desenhado da forma robusta que é hoje, mas ele já nasceu com essa intenção.

Eu gosto de falar que a MESSS foi amadurecendo nesse curto período de tempo de uma forma muito rápida, e tanto eu quanto a Artur sempre tivemos uma visão de gestão e de negócios. Então, soubemos tomar decisões muito inteligentes em curtos períodos de tempo, como investir em uma estrutura de RH quando tínhamos dois anos de empresa e apenas 12 funcionários. Investimos em uma consultoria de gestão de processos e uma consultoria organizacional agora, nessa virada de quatro anos, para nos reestruturarmos mais uma vez e conseguirmos tomar essa forma interna. E para que os nossos serviços fiquem cada vez mais claros para os nossos clientes.

É pouco tempo, mas para nós parece que foram uns oito anos. Mas tudo veio de uma sequência de fatores, de um radar muito ligado e de, mais uma vez, uma coragem muito grande de identificarmos oportunidades dentro de um mercado que, sim, é tradicional e está ainda saturado, e de mostrarmos que é possível inovar, trazer novidades e linguagem. A MESSS hoje se diferencia exatamente nisso, não só na excelência, na entrega, mas em trazermos inovação em linguagem e formato, sendo nativos do digital e também conseguindo executar o ponta-a-ponta de projetos que, muitas vezes, exigem um conhecimento para além do digital.

Entrevista Nota 10 — Hoje vivemos em um contexto cada vez mais digital, onde campanhas, movimentos e existências focam na vivência em meios virtuais. Como o marketing, a comunicação estratégica e a publicidade têm se adaptado e prosperado nesse cenário? Que oportunidades existem para quem busca investir nessas áreas?

Giulia Braide — O contexto cada vez mais digital vem recheado de muitas pautas, de muitas questões, de muitas indagações. Eu acredito que empresas, agências, profissionais autônomos, creators, pessoas que têm essa visão do digital e que têm essa vontade de continuar criando produtos, crescendo e inovando nessa área, precisam entender que, por mais que existam movimentos, sempre vão existir contra-movimentos e que o mundo é cíclico e a comunicação é cíclica.

Então, esse excesso de estratégias e de movimentos do digital, eu não acho que não vai existir. Mas estamos tendo agora uma visão muito focada em como conseguimos dar uma equilibrada nesse excesso, como as ações e os projetos podem crescer cada vez mais de uma forma inteligente, que não seja unicamente mergulhada em uma tendência que daqui a um mês já não vai ser mais pauta. As coisas estão perdendo o tempo delas de existência, muito por essa velocidade que tudo que acontece no digital desempenha.

Acredito que esse contexto cada vez mais digital das campanhas e dos projetos, da comunicação como um todo, vai continuar existindo, mas vai partir da percepção e do movimento dos indivíduos e dos outros ecossistemas de entender que não podemos ficar só fomentando isso. Precisamos trazer outros formatos, precisamos olhar para o equilíbrio, precisamos ter flexibilidade, precisamos pesquisar o que são esses contra-movimentos gerados por esse excesso de crescimento de um universo que é o digital.

Entrevista Nota 10 — Você e Arthur Chini foram selecionados para a lista da Forbes Under 30 de 2022 pelo trabalho à frente da MESSS. Como é ser a única cearense no segmento de Marketing e Publicidade a figurar nesta lista célebre? E qual foi o papel do planejamento estratégico para chegar nesse nível de excelência?

Giulia Braide — Foi um sonho realizado. Posso dizer que foi uma manifestação que eu não só joguei para o universo, eu fiz por onde. Para além de ser uma profissional do ramo criativo, hoje eu me defino de uma forma macro como empreendedora. No final, eu sou isso. Independente da minha área e dos meus outros skills - como produtora executiva, como diretora criativa, como estrategista -, acima de tudo isso, sou empreendedora. E ter esse reconhecimento da Forbes mostra que cada noite sem dormir, cada preocupação, cada medo encarado, cada pensamento em desistir, é algo que valeu a pena ter escolhido seguir em frente.

A Forbes vem muito não como uma validação, mas uma confirmação de que eu, o Arthur e a MESSS estamos no caminho certo. Mas ela não é o fim, é só o começo. Para nós, foi uma grande honra, um momento de extrema felicidade. Foi talvez um dos momentos mais felizes da minha vida profissional, onde eu encarei muitos medos novamente e falei "Deu tudo certo, você conseguiu". Isso também me deu uma visão de que eu preciso continuar, preciso entender quais são os meus próximos passos.

A MESSS precisa evoluir como ecossistema, porque nós temos uma missão nesse mercado. Acho que, sim, somos um fator de transformação como muitos outros, e isso precisa estar vivo, continuar existindo, senão nunca vamos conseguir quebrar a barreira do tradicional, da zona de conforto, porque depois dessa barreira vem a inovação. É quebrando essa barreira que nasce a inovação. Então, a Forbes veio como um dos momentos mais incríveis profissionais que eu e Arthur vivemos. 

Os planejamentos existem para serem replanejados. Vou ser muito sincera: a Forbes não foi planejada, ela foi uma consequência de um trabalho muito focado e de muitos reajustes de rota. Nosso planejamento estratégico veio muito no sentido de que sempre soubemos a hora certa de replanejar e reajustar a rota, de entender onde precisávamos melhorar. E continuamos assim.

Não é que planejamos, seguimos algo e aquilo deu certo. Eu acho que isso é até ilusório. Nosso planejamento para que isso acontecesse foi realmente replanejar o que tinha sido planejado, porque se não tivéssemos esse olhar atento e essa percepção ativa, teríamos seguido por algo que não teria dado certo. A nossa primeira ideia não é o que somos hoje. E eu acho que essa é a magia de tudo isso, desse movimento do empreendedorismo.

Entrevista Nota 10 — Em entrevista para a Forbes Brasil, vocês falam sobre o processo de deixar o operacional do dia a dia para se dedicar exclusivamente à liderança estratégica da MESSS. Quais são os principais desafios ao treinar e executar uma visão altamente focada na estratégia dentro do mundo corporativo? E que cuidados especiais tomar quando isso se dá no âmbito do mercado de marketing?

Giulia Braide — Sair do operacional é um grande sonho, mas ele precisa deixar de ser um sonho e ser um objetivo, porque é a evolução natural de uma estrutura organizacional, ainda muito mais moderna, olhando para esse mercado em que atuamos. Estamos nesse processo, que não aconteceu 100% e, eu acho, que não vai acontecer. Porque quando se empreende, quando você está à frente de um negócio, em muitos momentos você vai precisar sair do que é sua função principal e vai ter que resolver muitas coisas.

Então, esse nosso olhar em relação a sair do operacional, a investir no estratégico, a caminhar para conseguir fomentar mais o crescimento do nosso ecossistema, é algo que nós percebemos e entendemos ali em 2022. Foi um compromisso firmado e que está acontecendo. É muito importante para nós esse movimento, de entender como vamos conseguir crescer e continuar transformando projetos, executando com excelência tudo que abraçamos, de uma forma que seja mais exponencial, que outros negócios bebam dessa fonte.

O operacional é extremamente importante, porque naquele ditado se diz “ninguém faz melhor do que você”, mas eu discordo disso. Eu acho que esse foi o principal ponto de mudança nossa, quando percebemos que, sim, muitas pessoas fazem melhor do que nós e queremos essas pessoas com a gente. Quando entendemos esse principal ponto, a descentralização passou a acontecer e aí o negócio começou a tomar uma forma mais de negócio mesmo. Começamos a identificar esses perfis, a acoplar o nosso ecossistema, a ter uma visão mais ampla de potencial de crescimento disso tudo.

Mais uma vez, a saída do operacional é um processo, mas é um processo necessário para quem busca crescer. Porque tudo bem se o seu objetivo é se manter ali em um patamar ou fomentar de forma tranquila ou pequena, isso é uma escolha e está tudo certo, mas nós não tomamos essa decisão.

Em 2022, tivemos essa oportunidade de entender se continuávamos como boutique ou se crescíamos como estrutura, como negócio. Foi até um dos pontos da entrada da nossa terceira sócia, esse foco em crescimento. E, como falei, ainda estamos nesse processo de descentralização, de sair do operacional quase como um sonho, mas entendendo que precisamos de pessoas cada vez mais experientes e especializadas ao nosso lado.

Entrevista Nota 10 — Você possui formação em Gestão de Marketing e Vendas, que realizou pela Universidade de Fortaleza. O que te motivou a escolher a Unifor para essa etapa de preparação antes de entrar no mercado? Como você enxerga a influência da Unifor em sua carreira hoje?

Giulia Braide — A importância da Universidade de Fortaleza na minha vida acadêmica e profissional vai além de ser referência - já era referência na minha época e, mais de 10 anos depois, continua sendo. Mas eu acho que a importância da Unifor na minha vida foi realmente a de ser o espaço onde eu dei os meus primeiros passos. Foi na sala de aula que eu empreendi sem saber que já estava empreendendo.

Foi na Unifor que descobri essa segmentação do marketing. Se não fosse por ela, eu ainda estaria fazendo Administração ou fazendo Publicidade aqui em São Paulo. O curso que fiz em Gestão de Marketing foi essencial, porque [foi onde] eu me segmentei e entendi que, ao invés de publicitária ou de empresária, eu posso ser mercadóloga. Entender o mercado e como essa visão de vendas acontece nesses mercados é o que me move. A importância da Unifor foi muito essa, de ter esse espaço. Foi um marco.

Foi por causa desse curso, dessa sala, daquele bloco que eu comecei a tomar forma dentro do que era o meu destino, dentro do que era a minha carreira. Tenho um carinho muito grande, uma admiração muito grande. Até hoje tenho contato com os meus colegas, tenho grandes amigos que se transformaram em parceiros e continuam sendo pessoas muito importantes na minha vida, que foram colegas de sala, de curso. Então é uma nostalgia boa me lembrar onde tudo começou, que foi dentro da sala de aula do meu curso de Gestão de Marketing na Unifor.