Maria da Penha é homenageada na Unifor por sua atuação na defesa dos Direitos Humanos das Mulheres

ter, 3 setembro 2024 18:04

Maria da Penha é homenageada na Unifor por sua atuação na defesa dos Direitos Humanos das Mulheres

A homenagem foi concedida por ocasião do II Congresso Internacional sobre Violência de Gênero, realizado na Universidade de Fortaleza nesta terça-feira (3)


Maria da Penha é uma ativista cearense vítima de violência doméstica que motivou a criação da Lei Maria da Penha, instituída em agosto de 2006 (Foto: Ares Soares)
Maria da Penha é uma ativista cearense vítima de violência doméstica que motivou a criação da Lei Maria da Penha, instituída em agosto de 2006 (Foto: Ares Soares)

A Universidade de Fortaleza - instituição de ensino mantida pela Fundação Edson Queiroz - recebeu, nesta terça-feira, 3 de setembro, a ativista cearense Maria da Penha Maia Fernandes. Na ocasião, ela foi homenageada pela comissão organizadora do II Congresso Internacional sobre Violência de Gênero: Ações estratégicas, políticas públicas e tecnologias (II CIVIGE) por seu compromisso e atuação na defesa dos direitos humanos das mulheres.

Maria da Penha foi recebida na reitoria pela presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha, pela vice-presidente, Manoela Queiroz Bacelar, pelo reitor da Unifor, Randal Pompeu, pela embaixadora da Austrália no Brasil, Sophie Davis, e pela coordenadora do Núcleo de Estratégias Internacionais (NEI), professora Gina Pompeu. Durante o encontro, Lenise Queiroz enfatizou as iniciativas e o compromisso da Unifor no combate a qualquer tipo de violência e discriminação, a que Maria da Penha respondeu destacando que “a educação é essencial para desconstruir as culturas”.

Participaram do momento também o Juiz Auxiliar da Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE), Dr. Tiago Dias; a advogada Rebeca Quezado, pesquisadora do Insight Data Science Lab da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutoranda em Direito Constitucional na Unifor; o coordenador do Insight Data Science Lab da UFC, professor Dr. José Antonio de Macêdo; o professor Dr. Manuel Fontaine, diretor da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa; a Dra. Sandra Tavares, professora da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa; a Dra. Patrícia Santana, Diretora de Cidadania e de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA); e a Dra. Bárbara Lívio, Juíza Auxiliar do Superior Tribunal de Justiça Militar (STM).


“Me sinto muito honrada por estar na presença de todos vocês e por essa homenagem muito significativa. Gostaria de agradecer essa honraria que me foi concedida e parabenizá-los pela realização do II Congresso Internacional sobre Violência de Gênero” - Maria da Penha

Além do agradecimento pela homenagem recebida, Maria da Penha fez questão de deixar uma mensagem para os profissionais e estudantes do Direito. “O que peço a todos e a todas vocês é que seja qual for a sua área de atuação, assumam comigo o compromisso de não revitimizar as mulheres, como aconteceu no meu caso. Devo lembrar-lhes que fazer a justiça não é defender o seu cliente a qualquer custo, mas sim garantir o julgamento justo e o devido processo legal. Para que a palavra justiça não seja desacreditada como eu desacreditei, não seja desacreditada pela sociedade, é fundamental que este seja um valor presente na atuação de vocês, principalmente em casos de violência contra as mulheres como o que aconteceu comigo”, sublinhou.

Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio por seu então marido, em 1983. Desde então tornou-se uma ativista do direito das mulheres e se transformou em símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil, sendo hoje uma líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres. Sua jornada em busca de justiça contra o agressor, especialmente pelo ineditismo como o caso foi tratado no âmbito jurídico nacional e internacional, motivou a criação da lei nº 11.340, que leva seu nome.