qua, 19 junho 2024 20:18
Unifor realiza ação de sustentabilidade na área do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz
Duas carnaúbas localizadas no canteiro de obras foram transplantadas para dentro do campus da Universidade de Fortaleza
Em ação que destaca a importância da preservação ambiental e o cuidado da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, com a flora cearense, duas carnaubeiras foram transplantadas do canteiro de obras do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz para um novo local dentro do campus da instituição.
A carnaúba (Copernicia prunifera) é uma palmeira da família Arecaceae, planta típica do semiárido do Nordeste brasileiro, e árvore-símbolo do estado do Ceará. Antes do transplante, a Unifor solicitou uma licença com a Prefeitura de Fortaleza, documento que autoriza o manejo arbóreo –principalmente porque ainda serão retiradas outras árvores para a construção do complexo.
Itamar Frota, professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade e um dos responsáveis pelo processo de transferência das plantas, explica que existem duas formas de compensar esse manejo: repondo as árvores ou transplantando-as, caso seja viável. Ele pontua que a última opção, sempre que possível, é o melhor caminho a ser seguido.
Itamar Frota é também doutor em Biotecnologia e mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará (Foto: Ares Soares)
"Primeiro, porque já temos a planta adulta, e segundo, por questões ecológicas. As carnaubeiras têm um grande potencial paisagístico. Retirá-las de um local em que haverá intervenção e transplantá-las para outra área do campus é muito benéfico", destacou o docente.
Planejamento e execução do transplante
De acordo com Itamar, a operação de transplante é complexa e precisa ser cuidadosamente planejada. "Identificamos e fazemos laudos das árvores, verificando suas condições fitossanitárias. Quando há possibilidade de transplante, executamos a operação dentro do próprio campus", diz o professor.
Para realizar a operação, foram empregadas técnicas recomendadas na literatura para minimizar os danos às árvores, como a irrigação por meio de canos que levam água até o fundo do sistema radicular e a amarração das folhas para proteger a gema apical e reduzir a incidência solar. Além disso, foi utilizado um caminhão munck, um pequeno guindaste que ajuda a minimizar o impacto no processo de transplante.
As carnaubeiras foram transplantadas para uma área próxima à lagoa no campus da Unifor, local escolhido estrategicamente por ser mais úmido e amigável para as espécies, o que facilita a adaptação das plantas. "O período de adaptação dura alguns meses, e como estamos entrando no período seco, a rega é crucial. Até o momento, as plantas estão respondendo bem", afirmou Itamar.
O esperado, de acordo com o professor, é que daqui a alguns meses as árvores comecem a mostrar novas folhas, confirmando o enraizamento das carnaúbas em sua nova localização. Para que isso aconteça, além da rega, é necessário manter a planta ereta, para que não haja nenhum tipo de desvio.
Equipe e logística
A operação contou com a participação dos professores Itamar Frota e Francisco José Freire, e da médica veterinária Manoelina Nazareth, responsável técnica do Complexo da Medicina Veterinária da Unifor, encarregados da parte ambiental da construção do Complexo Cultural. Uma empresa terceirizada e colaboradores da Divisão de Serviços Gerais da Unifor também auxiliaram no processo.
"Planejamos tudo com antecedência, desde a logística para transportar as carnaubeiras, a decisão do local de replantio, até o uso do caminhão munck para garantir que as árvores sofressem o menor dano possível", destacou Itamar.
O cuidado com o verde no campus da Unifor reflete o legado do chanceler Airton Queiroz, que sempre valorizou a beleza das árvores. "Nosso desafio é escolher as espécies adequadas para cada espaço, garantindo harmonia e estética. Continuamos a planejar novos plantios, sempre pensando no potencial paisagístico da espécie", concluiu o professor.
Mais sobre o Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz
A Fundação Edson Queiroz deu início, em julho de 2023, às obras de construção do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, um megaprojeto de 87.652,25m² de área construída, distribuídas em 25.000m² ao lado da Universidade de Fortaleza , no local onde funcionou por várias décadas o antigo Centro de Convenções de Fortaleza.
O projeto é de autoria do arquiteto cearense Luiz Deusdará, renomado profissional com mais de mil obras espalhadas por todo o País e detentor de diversos prêmios nacionais e internacionais. A construção será feita em três etapas.
Como atração especial, as fachadas dos dois prédios de frente para a avenida Washington Soares serão as primeiras do Brasil a contar com projeções mapeadas (Imagem: Maquete Digital do Complexo)
O novo equipamento terá como principal atração um museu, abrigando um memorial, áreas de exposição permanente e temporária, acervo de obras raras, reserva técnica, espaço de formação técnica, auditórios, área de convivência com restaurantes e lanchonetes e estacionamento.
Já em no segundo prédio, com dimensões semelhantes às do museu, haverá um amplo teatro, salas destinadas à orquestra, banda, coral e dança, além de restaurante, auditórios, área de convivência e também estacionamento.
O terceiro e último prédio do projeto será a Torre Educacional, que é composta por dois segmentos: Torres Baixas, que vão até o sétimo pavimento e a Torre Alta, que chega até o décimo nono. Ela abrigará ambientes para ensino presencial, híbrido e virtual, o Museu da Imprensa, espaços para locação, auditórios, área de convivência e estacionamento.