ter, 24 outubro 2023 16:10
Vortex apresenta lixeira inteligente para estimular o descarte de lixo consciente
Projeto desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia (DTec) da Unifor foi apresentado para representantes da prefeitura da universidade e da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza
O descarte de lixo é um problema social que impacta sobremaneira o dia a dia da população, podendo trazer, inclusive, consequências para a saúde das pessoas. Essa é uma realidade enfrentada no Ceará, mas também no Brasil inteiro e, por isso, precisa ser discutida a nível de governo e a nível de sociedade. Atentos aos problemas sociais e sempre buscando soluções para contribuir com a comunidade, pesquisadores do laboratório Vortex, mantido pela Diretoria de Tecnologia (DTec) da Universidade de Fortaleza - instituição da Fundação Edson Queiroz -, desenvolveram um projeto de lixeira inteligente. O produto foi apresentado, na última sexta-feira (20), para representantes da prefeitura da Unifor e da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza - CITinova.
“Produzimos lixo com uma volumetria cada vez maior e o ecossistema que faz a gestão desse resíduo ainda não é eficiente. Além disso, temos um problema sério de educação. As pessoas ainda não têm um senso aguçado de cidadania, do descarte correto. Trata-se de um problema social real, afirmado em reportagens, em questões sociais e políticas, e, por isso, trouxemos essa questão para dentro da universidade, para discutir com nossos alunos”, relata o professor Eurico Vasconcelos, diretor de tecnologia da Unifor, responsável pela proposição e orientação dos projetos desenvolvidos no âmbito do laboratório.
O Velo é uma lixeira inteligente conectada a um aplicativo que recebe informações para melhorar a rota de descarte de lixo, incentivando o usuário final a descartar o lixo de forma consciente por meio de estratégias de gamificação. O desenvolvimento do projeto envolveu uma equipe interdisciplinar, incluindo membros do Laboratório de Investigações em Análise do Comportamento (Linac), do curso de Psicologia da Unifor, que contribuíram no processo de gamificação, e pesquisadores do Vortex, que trabalham com internet das coisas (IoT).
Eurico reforça ainda que esse sistema, além de trazer o viés da cidade inteligente, de uma cidade que se auto sustenta, que coleta seus próprios dados e permite uma gestão inteligente dos espaços, também contribui na educação do descarte correto. “É um projeto muito interessante, que usa tecnologias e conceitos de vanguarda como a IoT, como cidades inteligentes, com uma sustentabilidade energética, pois faz uso também de energia solar. A ideia é educar para termos uma cidade e uma sociedade cada vez mais consciente e melhor”, enfatiza.
O projeto teve como orientadores os pesquisadores Fabiana Neiva Veloso Brasileiro, Jonatas Silva Pereira, José Eurico de Vasconcelos Filho, José Fernando Rodrigues Ferreira Neto, Yuri Nekan Soares Fontes. Colaboraram Emanuel lves, Guilherme Shiki, Henrique Abalen Lage, Leticia Felicio, Maria Luisa Maia Sousa, Navar Medeiros Paulo de Castro e Silva Capelo, Pedro Henrique Leandro Nunes, Rebeca Viana Roberto Pessoa, Rodrigo Avelino Lucas, Roberta Romcy e Sofia Cavalcante.
Potenciais parceiros
A lixeira inteligente foi apresentada pelo líder do projeto e membro da coordenação do Vortex, Yuri Nekan, e pelo professor Fernando Ferreira, coordenador de formação e inovação do laboratório, que atuou como consultor. “Conseguimos elaborar um produto interessante para ser utilizado por diversas áreas que possam ter interesse na utilização. Vimos que a prefeitura da Unifor é uma área super interessante para casar com o projeto. É uma oportunidade de formar uma parceria, de a gente construir um teste de campo maior aqui dentro da universidade. Convidamos também a Prefeitura de Fortaleza para estar presente, pois seria sensacional se conseguíssemos ampliar ainda mais esse escopo de teste do projeto, quem sabe validação e utilização dentro da cidade”, afirma Yuri.
Gerentes de projetos da CITinova, secretaria da Prefeitura Municipal de Fortaleza, se fizeram presentes na apresentação (Foto: Ares Soares)
Cauby Cunha Feitosa, gestor de conservação da Unifor, esteve presente na apresentação e avaliou que a implementação na universidade é totalmente viável. “É um projeto fantástico e aplicável, pois temos uma estrutura capaz para atender tudo isso, temos as nossas coletas de lixo, temos o lixo reciclável, já trabalhamos com a Ecoenel, nós já fazemos alguns projetos nessa área. Essa lixeira inteligente, com essa possibilidade de a gente rastrear, saber onde colocar melhor os pontos da distribuição, ter melhores dados de volume, seria fantástica. A universidade entra em uma era de tecnologia que a gente espera, porque hoje tudo é inteligência artificial. No caso das lixeiras inteligentes, teríamos também que nos adaptar e começar a usar, mas o projeto é perfeito”, comenta.
Os gerentes de projetos da CITinova, Daniel Soares e Rebeca Froés, também ficaram entusiasmados com a ideia e destacaram a afinidade entre a entidade e a Unifor no que diz respeito ao incentivo à pesquisa e inovação. “A Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação tem esse papel de fomentar a pesquisa e a inovação dentro do poder público, assim, é de grande interesse termos essa aproximação com a academia, com a indústria, com pesquisadores. Então, tudo relacionado à inovação e que, principalmente, pode incluir a tecnologia, a prefeitura está aberta para conversar a fim de que possamos resolver os problemas urbanos e os problemas públicos de forma mais otimizada. Além disso, é muito importante também não procurarmos essas soluções só lá fora, pois temos pessoas aqui que também conseguem produzir tecnologia e soluções inovadoras. Então, o mais importante é isso, focarmos também nas soluções produzidas na própria cidade”, explica Daniel.
Rebeca menciona ainda que, além do interesse em iniciativas inovadoras, a CITinova também se conecta com o Velo por ele estar relacionado à temática ambiental. “Vários projetos nossos têm como foco a questão ambiental, da sustentabilidade, e essa aproximação até metodológica mesmo, de trabalhar com pilotos como esse que a equipe do Vortex apresentou no nível da universidade, mas que podem ser trabalhados em uma escala mais urbana. Vejo a possibilidade de uma possível parceria, temos que estudar e pensar em como expandir a ideia em algum piloto mais urbano, saindo da universidade”, acrescenta.
Laboratório Vortex
O Vortex é um espaço destinado à formação e inovação de alunos na área de tecnologia da informação e comunicação, por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento de protótipos inovadores para a Universidade e parceiros externos. Mantido pela Diretoria de Tecnologia (DTec), sob responsabilidade da Coordenação de Formação e Inovação, localizado na sala M09, o laboratório conta com uma infraestrutura de ponta e uma equipe de mais de 40 pessoas, entre pesquisadores e profissionais, que formam um grupo de pesquisa em eHealth (cadastrado no CNPq) e estagiários. O laboratório é especializado em inteligência artificial (processamento de imagem e de linguagem natural), realidade virtual e aumentada e internet das coisas (IOT), tendo produzido mais de 50 protótipos tecnológicos, multiplataforma (web e mobile) e de hardware, para diversos setores e contribuído para formação de mais de 200 alunos desde 2012. Saiba mais em https://vortex.unifor.br/.