seg, 30 maio 2022 18:22
Conheça histórias de egressos que trabalharam no festival Dragão Fashion Brasil
Evento de moda autoral traz oportunidades para quem deseja obter novas experiências no mundo da moda
Entre os dias 25 e 28 de maio, a Praia de Iracema, ponto turístico da grande capital cearense, voltou a ser palco do maior encontro de moda autoral da América Latina, o Dragão Fashion Brasil. Nesta edição, que marcou o seu retorno à presencialidade após dois anos de pandemia, o Festival ultrapassou o mundo da moda ao incluir atrações de diversos eixos, como marketing digital e cinema, por meio de palestras, oficinas, exposições e apresentações.
Fundado em 1999 e realizado anualmente na capital alencarina, o DFB Festival, como é mais conhecido, vai muito além das passarelas: em sua essência, é voltado para a formação de conhecimento e troca de vivências. Multidisciplinar, é um dos eventos mais relevantes no cenário da moda, englobando a cultura cearense, brasileira e latina em suas muitas singularidades. Assim, contribui para o desenvolvimento e fortalecimento do setor no país, e impulsiona a eclosão de novos talentos.
Em sua programação de 2022, o DFB procurou abarcar profissionais de toda a cadeia produtiva de moda, além de alunos de design, marketing e administração, entre outros. Para trazer um panorama maior sobre como é estar nos bastidores desse grande festival, egressos da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, contam suas experiências e como chegaram, de certa forma, até as passarelas e pavilhões do grande dragão da moda cearense. Confira:
Resistência
Thais Mesquita, egressa do curso de Publicidade e Propaganda da Unifor, sempre foi apaixonada por fotografia. Desde a adolescência, quando teve sua primeira câmera, conta que construía seu universo por meio das fotos, e que tudo se tornava interessante pelas lentes de sua máquina fotográfica. Ao terminar o Ensino Médio, estava decidida a ser fotógrafa, mas, por não existir uma graduação específica em fotografia, decidiu fazer alguns cursos que a permitissem se aprofundar na área.
Depois de um ano todo dedicado ao ofício e aos estudos fotográficos, ela cursou um semestre do curso de Nutrição, também na Universidade, a pedido dos pais. Porém, decidiu trocar para o campo da comunicação, no qual percebeu fortalecer relações com a fotografia e, dessa forma, teria a chance de continuar seguindo sua grande paixão. “Nunca atuei em nenhuma área da publicidade que não fosse fotografia [...] Na Unifor, estagiei no FotoNic, onde passei três anos: dois de voluntária e um de bolsista. Depois, fui monitora da disciplina de Foto I”, conta.
Thais Mesquita no backstage do Dragão Fashion Brasil (Foto: Acervo pessoal)
Depois de formada, decidiu fazer Pós-Graduação em Gestão de Negócios de Moda, também na Universidade de Fortaleza, pois o universo fashion sempre chamou sua atenção. A egressa revela que, na infância, gostava de se aventurar pelos guarda-roupas de seus pais e irmãos, montando looks e os fotografando. “Na verdade, acho que era eu tentando me encontrar. Como a moda é feita de muitos signos, eu tentava usar deles para criar várias imagens de mim, e me reconhecer também no reflexo do espelho”, reflete Mesquita.
Em 2018, surgiu sua primeira oportunidade de trabalhar no DFB, ainda que sua relação com o Festival viesse de muito antes. A publicitária frequentava o evento desde a época em que acontecia no Centro de Convenções de Fortaleza, e, com o tempo, acabou fazendo de tudo um pouco: shows, desfiles e feiras. Mas, ela revela que o backstage sempre foi o seu lugar favorito: “Eu comecei fotografando o pré-evento, tipos de castings, ‘concurso dos novos’, montagem do evento. Aí, em 2018, 2019, no evento mesmo, eu fiquei fixa no backstage”, explica Mesquita.
Hoje, Thais fica encarregada de toda a parte do pré-evento e, nos dias do Festival, fica nos bastidores, onde ama. Após dois anos sem adentrar os pavilhões do DFB, a fotógrafa diz estar muito feliz com a volta do Festival ao presencial, pois mesmo com uma edição virtual em 2020, vivenciar tudo isso na pele é incomparável.
“Reunir as pessoas, as formações acontecendo, a sala de desfile lotada, marcas com identidade autoral desfilando, sem contar nos shows, feira e gastronomia. O Festival é um ambiente muito múltiplo e voltar a viver essa sensação foi incrível”, ela revela. Depois de um tempo que pareceu infinito, o DFB voltou à vida, e, para a egressa, remete à uma palavra: resistência.
Lugar de visibilidade
Em 2022, Jeff Rodrigues, egresso do curso de Design de Moda da Unifor, foi convidado para trabalhar como assistente de styling do desfile do designer cearense David Lee. “O styling é uma uma espécie de organização de um look. Então, por exemplo: no desfile de uma coleção, o papel de um stylist é o de montar os looks nos modelos da maneira mais atraente possível, para que aquilo remeta da melhor forma o tema do desfile, os significados, os conceitos que aquela coleção quer passar”, explica ele.
Ainda que essa seja sua primeira vez trabalhando como graduado em Design de Moda no DFB, esse não é o primeiro “desfile” de Jeff nos pavilhões do Festival. Sua primeira experiência foi em 2019, quando, enquanto estagiário da TV Unifor, onde atuava como figurinista, auxiliou seus colegas jornalistas que fariam a cobertura do evento. Ele conta que foi escolhido para essa tarefa porque os demais estagiários não tinham tanta familiaridade com o Dragão Fashion, sua logística e os estilistas.
Com essa oportunidade, o egresso acabou tendo um acesso privilegiado ao backstage, no qual pôde entrar como imprensa, e conseguiu absorver bastante do que acontecia por trás das passarelas, além de falar com estilistas e ver a verdadeira correria da organização.
Jeff Rodrigues atuou como assistente de styling na 22ª edição do DFB Festival (Foto: Acervo pessoal)
“O que eu tenho em mente sobre o Dragão Fashion Brasil é que o Festival é uma das maiores manifestações da moda cearense. Sabemos que essas manifestações, por mais que sejam de alguns setores, de alguns nichos da sociedade, compõem esse papel de lugar principal para quem quer se mostrar, quem tem alguma coisa para desenvolver na moda local, além de dar visibilidade às pessoas que estão entrando [no universo da moda]”, finaliza Jeff.