qui, 27 agosto 2020 15:41
Mesmo com os desafios da pandemia, estudantes não abrem mão do sonho da formação superior
Psicóloga ressalta a importância do autoconhecimento e da resiliência em momentos de dificuldade
A crise sanitária ocasionada pela Covid-19 trouxe mudanças para toda a construção social. Dificuldades financeiras, de locomoção e desestabilidade emocional estão presentes na realidade de diversas pessoas durante este período. O sentimento de ausência de esperanças pode vir a afetar jovens e adultos, atrapalhando suas trajetórias para atingir os traçados sonhos a longo prazo.
Felizmente, a procura pela reabertura de matrículas voltou a se intensificar. Segundo Terezinha Joca, professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson, tal variação de emoções foi motivada pela mudança drástica no cotidiano. “Não mais podíamos ir à escola, à universidade, ao trabalho, como também, haviam nos tirado a possibilidade de ir aos espaços de encontro e diversão, que faziam parte de nossas vidas. Primeiro surge o choque, o estranhamento, o medo, a insegurança e a ansiedade”, comenta ela.
A professora e também coordenadora do Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP) pertencente à Universidade de Fortaleza, explana que após esse primeiro momento de estranhamento, surge a tentativa de adaptação para um novo estilo de viver e se relacionar. “Por pensar ser por pouco tempo, surgiu a procrastinação dos afazeres. Entretanto, as restrições de relacionamentos sociais permaneceram, juntamente com todas as outras medidas de prevenção e cuidados da pandemia. Daí surge a desmotivação por não perceber até quando isso vai. Para não cair nesse estado de desmotivação, a pessoa precisa buscar estratégia para enfrentar o que está posto e recriar de forma aceitável as medidas preventivas em seu dia a dia”, destaca.
Tempo de ressignificar
Para Caio Lincoln, estudante de Engenharia Civil na Universidade de Fortaleza, a pandemia não foi motivo para intensificar o seu período de distanciamento na universidade, mas sim a para repensar a ausência de identificação com o seu antigo curso. “Anteriormente, cursei engenharia mecânica e realizei o trancamento por situações financeiras. A pandemia não atrapalhou, mas me senti desmotivado antes de entrar no meu atual curso de engenharia civil pois estava anteriormente cursando algo que não era para mim. Atualmente estou satisfeito”, comenta ele.
As sensações de desânimo surgem por motivos diferentes. Cada pessoa tem a sua singularidade e forma de ler o mundo, assim enfatiza Terezinha. “Não acredito que haja uma receita padronizada para melhorar essa sensação de estar sem esperança. No entanto, sugiro que a pessoa busque entrar em contato e descobrir coisas que goste de fazer e que seja possível, dentro de tudo isso que estamos vivendo. Além de olhar para fora e ver que há saídas, descobrir que existem coisas prazerosas e possíveis. Permitir-se contemplar as coisas simples, que a correria do dia a dia não nos deixa fazer”, completa.
Já para Saulo Dias Bruno, graduando em Administração também pela Unifor, o período da pandemia o motivou a retornar para concluir a sua graduação, devido às novas possibilidades de ensino a distância. “Me senti motivado para retornar ao meu curso porque só tenho mais dez cadeiras para concluir. O principal motivo que me fez decidir isso foi a possibilidade de estudar de forma EAD, pois mesmo morando em Fortaleza, não consigo estar presencialmente nas aulas. Agora, durante a pandemia consigo fazer home office e economizar o deslocamento, tenho tempo para estudar e conciliar a minha rotina”, explica ele.
Saulo, que atua como head comercial na área de CRM para o varejo, destaca que investe continuamente em cursos online. “Meu sonho é evoluir na minha capacitação técnica, e ter uma grade completamente presencial para mim não é mais viável. Só estou conseguindo voltar e conseguir essa etapa por conta da possibilidade de ensino EAD oferecida pela Universidade”, completa.
Vládia Almeida, aluna de Psicologia, trancou o curso em 2012. “Tranquei por ter passado por uma gravidez de risco. Eu precisava de repouso e ficava complicado para me deslocar. Outros problemas pessoais também contribuíram e ficou difícil de administrar a minha vida pessoal com a faculdade”, relata ela.
A possibilidade de assistir aulas online foi fator positivo para ele retornar ao seu curso. “Voltei para a Unifor porque eu já estava entre o sexto e sétimo semestre e falta pouco tempo para concluir o curso de Psicologia. A pandemia não atrapalhou tanto o meu retorno, consegui me habituar tranquilamente ao sistema online. Sentimos só um prejuízo em relação a questão prática. Estou voltando porque sempre tive o sonho em me tornar psicóloga, e com todas as mudanças que aconteceram na minha vida, percebi que precisava finalizar o meu curso”, completa ela.
Diante a variedade de sentimentos existentes, a professora Terezinha Joca conclui que é necessário permitir-se sentir. “Durante este período, podemos ficar tristes, ter raiva e até gostar porque está mais em casa. O que devemos evitar é a fixidez, ou seja, paralisarmos em um sentimento e não nos movimentarmos para transformar uma situação negativa que abalou o mundo, em algo produtivo e até prazeroso”, ressalta ela.
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