Grupo de Pesquisa da Unifor publica pesquisa sobre ácido oleanólico no tratamento da dor orofacial

qua, 12 junho 2019 17:20

Grupo de Pesquisa da Unifor publica pesquisa sobre ácido oleanólico no tratamento da dor orofacial

O ácido oleanólico é uma substância presente em frutas e vegetais, e possui resultados promissores para o tratamento da dor orofacial.


Professora Adriana Rolim (ao centro) e integrantes do Grupo de Pesquisa de Farmacologia de Produtos Naturais e Sintéticos da Unifor (Foto: Ares SOares)
Professora Adriana Rolim (ao centro) e integrantes do Grupo de Pesquisa de Farmacologia de Produtos Naturais e Sintéticos da Unifor (Foto: Ares SOares)

O Grupo de Pesquisa de Farmacologia de Produtos Naturais e Sintéticos, coordenado pela professora Adriana Rolim, vinculada aos Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em Ciências Médicas, desenvolve um estudo que busca novas substâncias analgésicas para o tratamento da dor orofacial.

Intitulado "Oleanolic acid promotes orofacial antinociception in adult zebrafish (Danio rerio) through TRPV1 receptors”, com a tradução para o português "O efeito antinociceptivo orofacial do ácido oleanólico em zebrafish adulto (Danio rerio) é mediado por receptores TRPV1", o artigo apresenta o potencial da substância presente em diversos vegetais.

“Nosso grupo é direcionado para a busca de novas substâncias analgésicas para o tratamento da dor orofacial. O ácido oleanólico é uma substância presente em muitos vegetais, como nas folhas da oliveira (Olea europaea) e os resultados obtidos com essa substância foram bastante promissores, tornando-o um potencial novo analgésico”, explica Adriana Rolim.

Ainda segundo a professora, a dor orofacial é uma condição associada aos tecidos moles e mineralizados da face, como a pele, vasos sanguíneos, ossos, dentes, glândulas ou músculos. Atinge cerca de 86% da população ocidental.

A pesquisa foi fruto da dissertação de Mestrado em Ciências Médicas da estudante Isabel Cristina Reis, que durante o curso se dedicou a realizar experimentos para comprovar o efeito analgésico do ácido oleanólico em dores orofaciais. “Além disso, sugeriu o possível mecanismo de ação que seria modulando o receptor TRPV1. Os TRPs são receptores envolvidos no processo da dor e o TRPV1 é um subtipo deles”, explica Rolim.

Os experimentos foram realizados nos laboratórios da própria universidade. Foram usados no zebrafish (Danio rerio), peixe de água doce que é utilizado como modelo de experimentação animal, em substituição ao uso de roedores.

O artigo foi publicado na revista Chemico Biological Interactions, periódico da Elsevier com fator de impacto (2017) de 3,296. Também participaram, os alunos de iniciação científica e participantes do grupo de pesquisa, Sacha Santos, Yuri Aragão Alves e Regina Freitas. Além dos professores Kaio César, pertencente ao Mestrado em Ciências Médicas (PPGCM) e Francisco Ernani, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece)  e pós-doutorando egresso do PPGCM.

A professora destaca que o artigo é a união entre a prospecção de novas substâncias para o tratamento da dor orofacial e o uso do zebrafish adulto como modelo experimental. “Uma pesquisa como essa resulta em  produtos como a formação de recursos humanos em vários níveis (graduação e pós-graduação), além de contribuir para o desenvolvimento de um potencial medicamento para o tratamento da dor orofacial e divulgação do zebrafish como modelo animal para o estudo de novos alvos terapêuticos”, completa.