seg, 22 dezembro 2025 12:21
Aqui, a ciência não tira férias
Todos os anos, os Encontros Científicos da Universidade de Fortaleza transformam o campus em um espaço vivo de troca, reflexão e construção coletiva do conhecimento por alunos e professores, da graduação à pós-graduação

É um momento bastante aguardado pela comunidade acadêmica todos os anos. Nos Encontros Científicos da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, alunos e professores das mais diversas áreas do conhecimento apresentam seus trabalhos, ouvem sugestões de seus pares e compartilham experiências valiosas no campo da pesquisa.
São cinco encontros — Iniciação à Pesquisa, Pós-Graduação e Pesquisa, Iniciação à Docência, Práticas Docentes e Extensão Universitária — que celebram o estímulo constante à pesquisa e à docência, da graduação até a pós-graduação dentro da Universidade.
“É um momento muito esperado por nós que trabalhamos com pesquisa, pois temos alunos e professores de todas as áreas e de outras universidades apresentando e discutindo os resultados de seus projetos científicos”, atesta Xênia Diógenes Benfatti, assessora de gestão docente da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação (VRE).
Segundo a docente, que é coordenadora do Encontro de Práticas Docentes e avaliadora nos demais encontros, o momento carrega uma dupla intenção aos pesquisadores: apresentar o que se fez e ficar sabendo o que outros pesquisadores estão fazendo. “Essa convergência traz para o evento um enorme valor educacional. O campus nesta semana pulsa conhecimento e é bonito de sentir e ver o encontro de pessoas que acreditam na ciência e que fazem dela um projeto de vida”, aponta.
A cada dois anos, os Encontros Científicos coincidem com o Mundo Unifor, integrando ciência, inovação e reflexão social. Quem vivenciou a experiência neste ano conta que o momento foi especial ao viabilizar diálogo com pessoas de diferentes áreas, cursos e níveis de formação.
Um estímulo para a pesquisa e a docência
A oportunidade de atuar na monitoria e participar de projetos despertou em Guilherme Cabral o interesse em se aprofundar no conhecimento científico. Aluno do 8º semestre de Medicina Veterinária, ele é bolsista de Iniciação Científica em Cirurgia Veterinária e monitor das disciplinas de Morfologia Veterinária I (2023) e Patologia Geral (2024/2025).
Neste ano, desenvolveu uma pesquisa que envolve metodologias de ensino na Patologia Animal. Trata-se de um jogo de cartas chamado PathoCards, semelhante à “trinca”, mas contendo informações sobre algumas neoplasias (cânceres) de animais.
“O objetivo foi facilitar a compreensão e a fixação dos principais conceitos morfológicos, clínicos e diagnósticos dessas neoplasias, tornando o aprendizado mais ativo e participativo. A experiência demonstrou que o uso de metodologias ativas aumenta o engajamento dos alunos, estimula o raciocínio diagnóstico e contribui para uma aprendizagem mais significativa durante a monitoria acadêmica”, comenta.
O trabalho foi vencedor da categoria “Ciências da Vida” no XXV Encontro de Iniciação à Docência. “Foi um reconhecimento muito importante do trabalho desenvolvido e um estímulo para continuar na área acadêmica. Antes, eu não tinha uma visão de seguir a área da docência, mas a experiência vivida durante o período de monitoria me fez mudar de ideia”, conta o aluno.
Para ele, apresentar o trabalho foi fundamental para compartilhar conhecimento e receber contribuições valiosas. Além disso, ele diz que foi uma experiência muito positiva para desenvolver habilidades acadêmicas e de comunicação científica.
“Considero também como uma forma de já sair da graduação com algum trabalho científico publicado, agregando valor ao seu currículo e, consequentemente, elevando suas chances de passar em seleções de residência, mestrado etc”, acrescenta Guilherme.
“[A integração dos Encontros Científicos com o Mundo Unifor] ampliou a visibilidade dos trabalhos e promoveu maior interação entre diferentes áreas do conhecimento. Participei para divulgar meu trabalho, trocar experiências e fortalecer minha formação acadêmica” — Guilherme Cabral, aluno do curso de Medicina Veterinária
Guilherme sente que a Unifor estimula a trajetória na pesquisa por meio de bolsas e incentivo à monitoria, além de workshops relacionados ao Currículo Lattes e à escrita científica. Já os Encontros Científicos, afirma, promovem diálogo entre alunos, professores e profissionais, fortalecendo a construção coletiva do conhecimento.
“Acredito também que, quando você submete não só seu trabalho escrito, mas também sua apresentação oral a qualquer tipo de avaliação, os feedbacks e críticas recebidos ajudam a melhorar e amadurecer cada vez mais no âmbito da pesquisa acadêmica”, considera. Por fim, ele avalia que a experiência nos Encontros Científicos foi fundamental para seu amadurecimento científico, desenvolvimento profissional e definição de objetivos futuros.
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É sobre compartilhar conhecimento e ter validação dos pares
Rener Menezes é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada (PPGIA) da Unifor, onde desenvolve pesquisas na área de Inteligência Artificial aplicada à detecção de fraudes financeiras, com foco em grafos de conhecimento e aprendizado adaptativo.
O interesse de Rener pela pesquisa surgiu a partir da sua atuação profissional na área de tecnologia e sistemas financeiros. “Ao longo dos anos, fui percebendo que muitos problemas práticos enfrentados pelo mercado, como a detecção de fraudes, exigem soluções cada vez mais sofisticadas, que vão além de modelos tradicionais. A pesquisa acadêmica apareceu como um caminho natural para aprofundar esse conhecimento, testar novas abordagens e contribuir de forma mais estruturada para a área”, conta.
Foi a partir das atividades do mestrado que ele conheceu os Encontros Científicos. “Os Encontros fazem parte da cultura acadêmica da Unifor e são uma oportunidade importante para compartilhar pesquisas em andamento e trocar experiências com a comunidade científica”, afirma.
Neste ano, Rener foi o vencedor na categoria “Ciências Exatas e Tecnológicas” do XXV Encontro de Pós-Graduação e Pesquisa. Seu trabalho, desenvolvido no contexto do mestrado em Informática Aplicada sob orientação do professor Raimir Holanda Filho, investiga o uso de grafos de conhecimento heterogêneos e técnicas de aprendizagem por reforço para a detecção de fraudes financeiras.
“A proposta é modelar as relações entre transações, contas e outros elementos do sistema financeiro como um grafo, permitindo que os modelos aprendam padrões complexos e se adaptem ao longo do tempo”, explica. Para o mestrando, apresentar esse trabalho nos Encontros Científicos possibilitou discutir os resultados, receber feedback qualificado e validar as escolhas metodológicas junto à comunidade acadêmica.
“Esse reconhecimento teve um significado muito especial. Ele representa a validação do trabalho por uma banca especializada e reforça que a pesquisa desenvolvida tem relevância científica e prática. Para mim, é um estímulo importante para seguir aprofundando os estudos e avançando em soluções que possam contribuir de forma concreta para o enfrentamento de problemas reais, como as fraudes financeiras”, declara.
A integração com o Mundo Unifor neste ano ampliou significativamente a experiência dos Encontros Científicos, segundo Rener. “Além do ambiente acadêmico, foi possível dialogar com pessoas de diferentes áreas, cursos e níveis de formação, o que enriquece muito a discussão. Essa aproximação entre ciência, inovação e sociedade torna a pesquisa mais visível e mostra como ela pode gerar impacto além da Universidade”, celebra.
“Acredito que a pesquisa só se completa quando é compartilhada. Os Encontros Científicos oferecem um espaço adequado para apresentar ideias, debater métodos e aprender com outras pesquisas. Além disso, é uma forma de contribuir para a construção coletiva do conhecimento dentro da Universidade” — Rener Menezes, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada da Unifor
Ele avalia que a Unifor oferece um ambiente muito favorável à pesquisa, com professores experientes, incentivo à produção científica e abertura para temas interdisciplinares. O apoio institucional, aliado à liberdade para explorar problemas reais e atuais, é um diferencial importante, segundo o mestrando. “Isso cria condições para desenvolver pesquisas com profundidade teórica e, ao mesmo tempo, com aplicação prática”, aponta.
Os Encontros Científicos funcionam como um ponto de convergência entre diferentes perfis. Eles estimulam o diálogo entre alunos, pesquisadores e profissionais, permitindo que o conhecimento circule, seja questionado e aprimorado. “Essa troca é essencial para fortalecer a pesquisa e aproximá-la das demandas da sociedade e do mercado”, avalia Rener.
Fazer pesquisa desde a graduação
O estímulo à pesquisa e à produção de conhecimento é forte desde a graduação. Sob o guarda-chuva dos Encontros Científicos, o Encontro de Iniciação à Pesquisa reúne e divulga as pesquisas desenvolvidas por estudantes, especialmente aquelas vinculadas aos programas de Iniciação Científica e Tecnológica da Unifor.
“Ele tem como principal objetivo promover a formação científica, oferecendo aos estudantes a oportunidade de apresentar seus trabalhos, dialogar com a comunidade acadêmica e vivenciar práticas próprias da pesquisa, como a comunicação de resultados e o debate crítico”, afirma a coordenadora de pesquisa da Vice-Reitoria de Pesquisa da Unifor, Adriana Rolim.
A professora acrescenta que, no que diz respeito à produção universitária, o evento destaca a pesquisa em sua etapa inicial, evidenciando o processo de construção do conhecimento dentro da Unifor. “O Encontro de Iniciação à Pesquisa oferece uma visão qualificada da produção acadêmica ao mostrar como a pesquisa nasce e é desenvolvida, reafirmando a Universidade como um ambiente de formação crítica e científica”, pontua.
Todos os anos, os Encontros Científicos são aguardados com ansiedade. O momento é o ápice do programa de Iniciação à Pesquisa, pois é quando todo o processo de pesquisa se concretiza, ganha visibilidade e é validado pela comunidade acadêmica. “Os Encontros Científicos são o ápice porque transformam a pesquisa em experiência pública, reflexiva e formadora, coroando o percurso da Iniciação Científica e Tecnológica e consolidando a formação acadêmica do(a) estudante”, explica Adriana.
Conheça os papéis centrais dos Encontros Científicos:
- Socialização do conhecimento;
- Síntese do processo formativo que vai desde a definição do problema até a conclusão obtida a partir dos achados;
- Desenvolvimento de competências acadêmicas como a comunicação, argumentação, pensamento crítico e capacidade de responder a questionamentos;
- Avaliação e validação científica, aprimorando a qualidade do trabalho e a formação do(a) pesquisador(a) iniciante;
- Integração com a comunidade acadêmica, estimulando a interdisciplinaridade e o sentimento de pertencimento à vida acadêmica;
- Valorização do protagonismo estudantil, fortalecendo sua identidade como pesquisador(a);
- Incentivo à continuidade da pesquisa, despertando o interesse por pós-graduação, inovação e produção científica contínua.
A professora destaca que a participação no Encontro de Iniciação à Pesquisa consolida o início da carreira científica do aluno ao proporcionar uma vivência real da prática de pesquisa. Nela, o estudante assume o papel não só de produtor, mas de comunicador do conhecimento.
Ao apresentar seus trabalhos, explica a docente, os alunos desenvolvem habilidades de comunicação, pensamento crítico e argumentação científica. Também entram em contato com a avaliação por pares e fortalecem sua identidade acadêmica e profissional. “Além disso, o evento amplia a visão interdisciplinar, estimula a formação de redes e valoriza o currículo, incentivando a continuidade na pesquisa, na pós-graduação e na atuação em ciência, tecnologia e inovação”, ressalta.
Adriana diz ainda que os Encontros Científicos favorecem a divulgação do conhecimento ao criar espaços de apresentação, debate e diálogo científico, nos quais os resultados das pesquisas são compartilhados de forma acessível e crítica.
“Ao reunir discentes, docentes e profissionais, os Encontros Científicos estimulam a troca de experiências, perspectivas e saberes entre diferentes áreas, promovendo aprendizado mútuo, networking acadêmico e interdisciplinaridade. Além disso, o contato direto com questionamentos, sugestões e relatos de práticas fortalece a construção coletiva do conhecimento e contribui para o amadurecimento científico e profissional dos participantes” — Adriana Rolim, coordenadora de Pesquisa da Vice-Reitoria de Pesquisa
A Unifor incentiva e investe nesses eventos e no desenvolvimento científico ao destinar recursos financeiros e institucionais. Isso porque a Universidade oferece infraestrutura adequada e apoio logístico e científico, além de promover editais, bolsas e programas de iniciação científica e tecnológica que garantem a participação ativa de discentes e orientadores.
“Também valoriza essas atividades no currículo acadêmico, reconhecendo-as como parte essencial da formação universitária. Esse investimento é fundamental para o desenvolvimento científico, pois fortalece a cultura da pesquisa, estimula a produção e a divulgação do conhecimento, forma pesquisadores qualificados desde a graduação e contribui para a inovação, o avanço da ciência e o impacto social da Universidade”, resume Adriana.
Além dos diferenciais já mencionados, a docente pontua que, neste ano, a Unifor viabilizou a utilização de pôsteres eletrônicos, que modernizaram as apresentações científicas, trazendo benefícios como maior sustentabilidade, com a redução do uso de papel.
A pesquisa ganha corpo e alma, dentro e fora da sala de aula
A docente Xênia Diógenes salienta que, nos últimos anos, a pesquisa tem ganhado corpo e alma na Unifor. “Temos ampliado nosso Parque Tecnológico (TEC Unifor), aumentado os fomentos, parcerias e incentivos destinados à pesquisa científica. Os Encontros Científicos e o Mundo Unifor cresceram em participação e dimensão. Somos e fazemos parte de uma fundação que tem investido pesado no ensino, nas ciências e nas artes, e isso nos enche de orgulho”, declara.
Para ela, um grande diferencial da Unifor é ter uma equipe que começa a planejar e trabalhar seis meses antes dos Encontros acontecerem. “O trabalho está todo integrado, as decisões são tomadas coletivamente e isso tem dado aos nossos alunos, professores e visitantes a segurança em todos os momentos, desde a divulgação dos editais à avaliação dos resultados obtidos”, salienta a assessora de gestão docente da VRE.
Neste ano, Xênia coordenou o Encontro de Práticas Docentes, um espaço para os professores compartilharem suas experiências na sala de aula e, ao mesmo tempo, se inspirarem em novas práticas e novas possibilidades de ensino. “É um espaço para olhar para a aprendizagem como este campo de possibilidades, tentar superar a metodologia ou metodologias mais conservadoras e buscar novas práticas”, acrescenta.
Ela conta que o evento começou há alguns anos, e deu tão certo que hoje congrega apresentações internas e externas à Unifor, atraindo profissionais da rede pública de ensino, de secretarias de educação e também de outras universidades e centros universitários. “É um grande encontro de professores que gostam de falar da sala de aula, que gostam de se inspirar, de socializar os resultados de práticas exitosas”, conclui.
Os cinco Encontros Científicos são uma celebração de uma fábrica de conhecimento que opera a todo vapor na Unifor. Da graduação à pós-graduação, alunos e professores são frequentemente estimulados a pesquisar e a fazer ciência. “Pensar hoje a Universidade é integrar ensino, pesquisa e extensão”, lembra Xênia.
“Temos avançado bastante na compreensão e na vivência de currículos mais vivos, responsáveis e éticos para a graduação e pós-graduação. Nossa grande tarefa ainda é responder aos desafios e dilemas sociais de forma complexa, global e integrada, mas ainda temos muito que aprender e pesquisar” — Xênia Diógenes, assessora de gestão docente da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
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Esta notícia está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, contribuindo para o alcance dos ODS 4 – Educação de Qualidade.
A Universidade de Fortaleza, assim, reforça seu compromisso com uma formação inclusiva e de excelência e amplia oportunidades de aprendizagem ao longo da vida (ODS 4).