ter, 11 novembro 2025 15:25
Complexo Yolanda e Edson Queiroz se ergue de forma sustentável à altura da COP30
O modelo sustentável adotado para a construção da estrutura é um exemplo de iniciativa voltada à redução de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, uma das pautas centrais da COP 30, que ocorre em Belém, no Pará

A preocupação ambiental faz parte da missão institucional da Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz. Essa causa ganha ainda mais destaque com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil, que segue até o dia 21 de novembro. Entre tantas iniciativas que atendem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, uma tem ganhado relevo: o Complexo Yolanda e Edson Queiroz, que se ergue de forma sustentável graças a ações inovadoras pensadas em sinergia por especialistas da Unifor.
Com previsão de inauguração da primeira etapa para março de 2026, foram planejadas, para a construção da estrutura em 90.000 m², ações que resultam em ganhos ambientais. Uma delas é o sistema BubbleDeck, tecnologia de laje que utiliza esferas plásticas reutilizáveis inseridas no interior da laje de concreto. Esse tipo de “bolha” reduz a quantidade de concreto necessária sem comprometer a resistência estrutural.
Por substituir projetos convencionais, o resultado se resume em: 6.000 toneladas a menos de gás carbônico emitidas, 1.350 árvores a menos cortadas, 42 mil litros de diesel economizados, 11.340 m³ de concreto e 1.134 toneladas de aço a menos, além da utilização de 472 toneladas de plástico descartado para reciclagem, com uma economia de 55.196 gigajoules (GJ) de energia embutida na produção dos materiais.
O engenheiro civil Euclides Castelo, gerente de projetos e obras do complexo, destaca que tanto a fabricação das lajes quanto a das esferas de material 100% reciclado (polietileno e polipropileno) é realizada na própria Unifor. Ele acrescenta que as soluções estruturais mais sustentáveis adotadas na obra devem influenciar outras instituições e empresas a também aderirem. “Houve diversas visitas de órgãos públicos e de entidades do setor privado da construção civil, além do interesse da comunidade acadêmica, tanto da Unifor quanto de outras instituições de ensino superior público”, revela.
Para a professora da Unifor Maristela Crispim, referência nacional no jornalismo socioambiental e digital, escolhida em 2025 como uma das 100 jornalistas mais admiradas do Brasil, as pautas da COP30 são fundamentais para inspirar outras decisões sustentáveis em espaços como o Complexo Yolanda e Edson Queiroz. Durante o período da COP30, Maristela participa presencialmente da conferência.
“Um complexo cultural e educacional desse porte tem uma grande possibilidade de desenvolver atividades em prol da sustentabilidade, então é um equipamento que com certeza vai desempenhar um papel muito importante para a sociedade fortalezense e cearense, como difusor de boas práticas e também educacionais. Sobre a COP 30, a conferência inspira instituições, organizações, governos e sociedade a enxergar o mundo de outra forma. Então, a gente precisa estar de olho no que está acontecendo no planeta e nos integrarmos mais, voltarmos mais o nosso olhar pro nosso ambiente e para as pessoas, porque não dá pra dissociar o ambiente das pessoas. As pessoas precisam ser incluídas nos processos”, destaca.
Mais sobre o Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz
A Fundação Edson Queiroz deu início, em julho de 2023, às obras de construção do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, um megaprojeto de 90.000 m² de área construída, distribuídos em 25.000 m² ao lado da Universidade de Fortaleza, no local onde funcionou por várias décadas o antigo Centro de Convenções de Fortaleza.
O projeto é de autoria do arquiteto cearense Luiz Deusdará, renomado profissional com mais de mil obras espalhadas por todo o País e detentor de diversos prêmios nacionais e internacionais. A construção será feita em três etapas.
Como atração especial, as fachadas dos dois prédios de frente para a avenida Washington Soares serão as primeiras do Brasil a contar com projeções mapeadas (imagem: maquete digital do complexo).
O novo equipamento terá como principal atração um museu de 9.631 m², abrigando um memorial, áreas de exposição permanente e temporária, acervo de obras raras, reserva técnica, espaço de formação técnica, dez auditórios de 150 lugares cada, área de convivência com restaurantes e lanchonetes e 250 vagas de estacionamento no subsolo.
Já em um prédio com pouco mais de 10.400 m² construídos haverá um amplo teatro com 1.580 lugares, salas destinadas à orquestra, banda, coral e dança, além de restaurante, dois auditórios com capacidade para 150 lugares, área de convivência e também 250 vagas no subsolo.
O terceiro e último prédio do projeto será uma torre de 19 pavimentos, totalizando 31.500 m². Na torre, serão criados ambientes para ensino presencial, híbrido e virtual, o Museu da Imprensa, espaços para locação, dez auditórios de 150 lugares, área de convivência e 300 vagas no subsolo.
Esta notícia está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, contribuindo especialmente para o alcance dos ODS 4 – Educação de Qualidade, ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura, ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis, ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima e ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação.
Ao adotar soluções estruturais inovadoras, reduzir emissões de gases de efeito estufa e otimizar o uso de recursos naturais, o Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz reafirma o compromisso da Universidade de Fortaleza com uma formação acadêmica voltada à sustentabilidade, o fortalecimento da cooperação entre diferentes setores e a promoção de uma cultura de respeito à vida e ao meio ambiente.