É sobre construir pontes e internacionalizar

ter, 25 julho 2023 18:15

É sobre construir pontes e internacionalizar

Com um processo de internacionalização que já dura 25 anos, a Universidade de Fortaleza atrai estudantes estrangeiros e multiplica parcerias de pesquisa internacionais em um campus cada vez mais global


A Unifor promove a internacionalização por meio de diversos projetos e iniciativas voltadas à comunidade acadêmica internacional (Imagem: Divulgação)
A Unifor promove a internacionalização por meio de diversos projetos e iniciativas voltadas à comunidade acadêmica internacional (Imagem: Divulgação)

São muitos os caminhos que levam o mundo até a Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz. Todos os anos, 50 a 70 estudantes estrangeiros chegam aos bosques arborizados do campus, ávidos por unir a experiência acadêmica em uma entidade renomada e a troca cultural em seus intercâmbios.

A Universidade também recebe com frequência professores de instituições internacionais e profissionais de renome para turbinar a Pós-Graduação enquanto, na pesquisa, novas pontes são construídas continuamente para pensar e produzir ciência com publicações transnacionais.

O processo de internacionalização da Unifor já dura cerca de 25 anos. Mas, quando se fala nele, costumamos pensar principalmente nos alunos que ganham o mundo por meio das parcerias da Universidade com as instituições internacionais.

Hoje, convidamos você a olhar no sentido inverso e perceber como a internacionalização desemboca dentro do próprio campus, que tem atraído cada vez mais acadêmicos estrangeiros diante da qualidade do ensino e das boas avaliações da Unifor nos rankings internacionais.

Aprendizado mais prático e a chance da dupla titulação

Era julho de 2022 quando Bauer Jakob deixou a Alemanha e embarcou rumo a Fortaleza para o programa de dupla titulação em Comércio Exterior na Unifor. O estudante de 22 anos cursava Gestão Internacional no Deggendorf Institute of Technology (THD) e decidiu aproveitar a parceria entre as duas instituições.


Jakob e colegas na Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

“Durante meu tempo no THD, pude conhecer alguns alunos da Unifor que estavam fazendo um intercâmbio e eles me recomendaram a Universidade. Tenho que dizer que não me arrependo de nada e que estou muito feliz por ter escolhido a Unifor”, afirma.

Jakob conta que um dos pontos altos do intercâmbio tem sido o aprendizado com uma abordagem mais prática do que a que ele tinha na Alemanha. “Isso torna tudo mais interessante e dá mais liberdade para que nós, alunos, apliquemos o que aprendemos”, acredita.

Ele lembra que, em uma das disciplinas, trabalhou em conjunto com a marca de moda Catarina Mina para criar um plano de expansão para outros países. Já em outra, trabalhou para aprimorar os processos da marca de moda Sunlight.

“Esses foram apenas dois dos muitos projetos interessantes que realizamos. Gostei muito dessas atividades, do trabalho em conjunto com meus colegas de estudo, das marcas e dos professores”, diz. Ele também se surpreendeu com o relacionamento entre alunos e mentores na Unifor, já que o corpo docente é muito próximo e prestativo.


“A possibilidade de fazer uma dupla graduação foi um ponto muito importante, pois eu poderia ficar dois semestres no exterior [Brasil] e também porque eu já conhecia algumas pessoas dos meus estudos em Deggendorf. Além disso, adoro viajar e nunca estive na América do Sul, portanto, estava realmente ansioso para explorá-la.”Bauer Jakob, estudante intercambista de dupla-titulação em Comércio Exterior na Unifor

Ter encontrado na Unifor uma comunidade simpática e prestativa — além de uma estrutura bem equipada com biblioteca e laboratórios — tornou a experiência de Jakob no Brasil mais fácil. “Você também pode escolher entre disciplinas ministradas em inglês ou em português e tem duas aulas de português por semana para se familiarizar e aprender o idioma”, destaca.

Ele já está em Fortaleza há dois semestres e espera permanecer mais um antes de encerrar o intercâmbio que lhe concederá um diploma também no Brasil. Jakob espera sair um profissional ainda mais completo. “Você aprende as coisas de forma diferente da alemã. Foi realmente incrível aprender como se faz em outro país”, diz, mencionando também uma troca cultural que o fez progredir pessoalmente.

“Por um lado, é uma grande vantagem ter o máximo possível de experiência no exterior em seu currículo, pois é isso que muitas empresas valorizam. Por outro lado, também é uma grande possibilidade de sair da sua zona de conforto para aprender e vivenciar coisas novas, que o levarão mais longe tanto pessoal quanto profissional e academicamente”, finaliza.

+ Por que estudar na Universidade de Fortaleza? Alunos estrangeiros respondem

Intercâmbio para ampliar possibilidades nos campos de atuação profissional

Um caminho semelhante foi traçado pela colombiana Luisa Fernanda Bejarano Rodríguez, que deixou Bogotá rumo a Fortaleza para um intercâmbio acadêmico. Estudante de Comunicação Social e Jornalismo na Universidad Minuto de Dios, ela decidiu participar de um programa de Jornalismo e ficou cinco meses na Unifor. 

Escolhi a Unifor porque é a melhor universidade privada e porque amo a natureza e as zonas verdes”, diz ela, que estudou por um semestre no arborizado campus da Universidade. Para Luisa, a experiência foi fundamental para aprender sobre diferentes culturas, estudar um idioma novo e se formar como jornalista a partir de distintos campos de atuação. Tudo isso, acredita, contribuiu para fortalecer seus conhecimentos do exterior.


“Tive a experiência de aprender muito e ter aulas como a de Jornalismo Comunitário, onde pude aprender um pouco mais sobre a atuação social e amei isso. Também amei espaços como a Videoteca, o Teatro e ter salas e laboratórios muito bons e amplos”Luisa Fernanda, estudante intercambista de Jornalismo na Unifor

Ao fim do intercâmbio, a estudante avalia que teve uma experiência grandiosa, com professores incríveis e companheiros amáveis, todos sempre dispostos a colaborar com a sua adaptação no Brasil.

Foi divertido e cheio de aprendizados. Agradeço enormemente a todos os que tive a oportunidade de conhecer porque aprendi muito com cada um. Espero algum dia voltar. Adoraria retornar ao Brasil e conhecer muito mais”, diz. 

Pioneira na oferta de disciplinas em inglês

Ao longo dos anos, a Unifor vem se tornando cada vez mais atrativa para estudantes estrangeiros. Uma das universidades pioneiras no Ceará a oferecer um Programa de Intercâmbio para alunos internacionais, ela atrai intercambistas das mais variadas nacionalidades e para todos os cursos da Unifor. A cada semestre, dezenas de estudantes chegam ao campus.

“A Unifor recebe principalmente alunos internacionais vindos da Europa — na sua maioria de países como Alemanha, França, Holanda e Áustria —, mas também recebe alunos da América do Sul, principalmente da Colômbia”, afirma Lina Sena, Chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais.

Além do Programa de Dupla Titulação (no qual estudantes adquirem também um diploma brasileiro por meio da Unifor), a Assessoria para Assuntos Internacionais implantou o Buddy Program e o Tandem.

O primeiro é um programa de apadrinhamento do aluno intercambista para apoiá-lo em sua estadia no Brasil. Já o segundo é um programa de conversação no idioma nativo, promovendo uma troca para estrangeiros que querem aprender português e brasileiros que desejam adquirir fluência em outros idiomas.

Com essas iniciativas, o graduando estrangeiro tem todo o suporte no campus. Não domina bem o português? Temos disciplinas em inglês. No próximo semestre, serão ao menos 12 delas, voltadas para áreas multidisciplinares de gestão. Também há a disciplina de Português para Estrangeiros.


“A Unifor foi pioneira no Ceará como a primeira universidade a ofertar disciplinas em inglês para seus alunos regulares e alunos internacionais, iniciativa crucial para a vinda de estudantes que não possuem proficiência no idioma português.”Lina Sena, Chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais da Unifor

A internacionalização é uma via de mão dupla

Se a pandemia do coronavírus reduziu o fluxo de estudantes estrangeiros na Unifor, a demanda já voltou a crescer após o fim da emergência sanitária. “Atualmente, a procura pela Unifor aumenta pelo fato do ótimo desempenho que a Universidade apresenta nos rankings internacionais”, afirma Lina. E esse aumento beneficia também os estudantes brasileiros pela troca cultural e de conhecimento com os intercambistas.

“O contato com culturas e conhecimentos diferentes abre uma nova percepção de mundo para os alunos regulares da Unifor, que se dispõem a ter contato com os estudantes estrangeiros em intercâmbio no campus por meio do Buddy Program”, explica Lina.


Ao participar do Buddy Program, os estudantes têm a oportunidade de fazer novos amigos e aprimorar a fluência em uma língua estrangeira (Foto: Ares Soares)

É que a internacionalização é uma via de mão dupla. Os brasileiros também melhoram a proficiência em um segundo idioma e vêem abrir possibilidades também em suas carreiras, com o networking fora do país por meio dos colegas internacionais.

“Todas essas ações se tornam importantes para se ter um campus internacionalizado e global que abrace tanto alunos quanto professores e visitantes estrangeiros e para que estes também se sintam parte da comunidade universitária da Unifor”, destaca Lina.

Pós-Unifor atrai profissionais e professores estrangeiros

A internacionalização também passa pela Pós-Unifor, que ao longo dos anos vem realizando ações nos seus cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu e Lato Sensu. Disciplinas em inglês são oferecidas em mestrados e doutorados. Missões e Módulos Internacionais levam os discentes a diversos países, como Estados Unidos, Portugal, Alemanha e França.

Professores das universidades de Portugal, França, EUA, Bélgica, Itália e de outras nações  também fazem visitas anuais à Unifor, onde participam de seminários, bancas de mestrado e doutorado e outros eventos, além do desenvolvimento de pesquisas em parceria.

O Programa Conexões Internacionais foi criado em 2022 visando trazer grandes nomes de diversas áreas para dialogar com a comunidade acadêmica e fortalecer a internacionalização da Pós-Graduação da Unifor. Isso se deu em eventos que apresentaram debates sobre temas relevantes e atuais, objetos de estudo de especialistas internacionais em diferentes áreas.

“Essa iniciativa fortalece as parcerias dos nossos cursos com pesquisadores e instituições internacionais, dando visibilidade aos alunos atuais e futuros sobre as possibilidades de estudos e projetos no exterior. Isto também oportuniza a captação de novas parcerias internacionais para os cursos da pós-graduação Lato e Stricto Sensu”, explica Christina Praça, Diretora da Pós-Graduação.

Também há programas de pós-graduação stricto sensu com dupla titulação, a exemplo do que acontece com o Programa de Pós-Graduação em Administração, que mantém parceria com a Universidade de Deggendorf, na Alemanha.

“Essas experiências favorecem a aquisição de novos conhecimentos em relação aos idiomas, à economia, ao mercado de trabalho e à cultura. Ademais, os discentes podem desenvolver suas pesquisas e aprimorar técnicas de investigação, ampliando o olhar sobre o cenário brasileiro e internacional”, afirma Christina Praça.

Ela diz que a troca de experiências por meio do processo de internacionalização da Universidade é essencial para a ampliação dos olhares dos estudantes, dando-lhes a oportunidade de ver que a Unifor realmente contribui para a região e para o mundo. 


“As principais vantagens de ter um campus global são a possibilidade de trocar experiências, ampliar o olhar com relação aos problemas e contextos mundiais, compartilhar conhecimentos, aprimorar o domínio de outras línguas, estabelecer pontes, fazer amigos, exercer a solidariedade e a ambientação dos estrangeiros e colaborar para o bem-estar deles.”Christina Praça, Diretora da Pós-Graduação Unifor

Conexão Alemanha-Brasil pela dupla titulação no mestrado

O colombiano Brayan Castañeda, de 26 anos, morava na Alemanha há cerca de oito anos quando decidiu mergulhar em uma experiência acadêmica no Brasil. Estudante do mestrado em Gestão Estratégica Internacional na Deggendorf Institute of Technology, ele conheceu vários alunos brasileiros na instituição alemã e, por meio deles, obteve informações e referências sobre a Unifor.

“Ouvi falar muito do Nordeste, de Fortaleza e do nível acadêmico da Unifor, que é a melhor universidade particular do Norte e Nordeste”, conta. Brayan chegou aqui na instituição em fevereiro deste ano e deverá fazer mais um semestre para conseguir a dupla-titulação no Brasil.


“A experiência acadêmica na Unifor é muito boa porque os professores têm um nível muito alto. Tive aula em inglês, e o professor orientador da dissertação é maravilhoso. O inglês dele é perfeito. Ele consegue me explicar tudo muito bem, até os temas complexos.”Brayan Castañeda, aluno intercambista do programa de dupla-titulação da Pós-Unifor

Poder fazer algumas disciplinas à distância também permitiu que o colombiano conseguisse viajar mais pelo país e acumular também vivências culturais enquanto turbinava sua bagagem acadêmica. Tudo isso ajudou que ele fosse ganhando, em poucos meses, um domínio maior do português. “Aprender uma nova língua foi muito legal para mim também”, diz.

Para ele, é mais interessante fazer intercâmbio em uma cidade menor como Fortaleza, onde há pessoas de todos os lugares e o ambiente é mais propício para amizades mais profundas.

A Unifor também contribuiu com diferenciais para a minha formação. A dupla-titulação é muito legal. Tem muitas similaridades com o meu programa na Alemanha e vai me dar um título de uma universidade de prestígio aqui. Se eu quiser no futuro voltar para trabalhar no Brasil, vai dar muito peso ao meu currículo”, resume.

Pesquisar e publicar no Brasil e no exterior

No processo de internacionalização da Unifor, o papel da Vice-Reitoria de Pesquisa (VRP) é estabelecer a estratégia de pesquisa internacional junto aos pesquisadores e estruturar projetos que possam apoiá-los nessa tarefa. Um edital anual de apoio financeiro à pesquisa então ganhou uma modalidade de parceria internacional.

“Ou seja, só podem submeter naquela modalidade os professores que têm um parceiro internacional. Eles recebem um valor para estabelecer essa parceria, trazer o professor de fora para a Unifor por um período e participar da pesquisa na universidade em que esse docente estrangeiro atua”, explica Milton Sousa, Vice-Reitor de Pesquisa. O recurso também ajuda na tradução de artigos para o inglês para submissão em revistas internacionais.

Há mais iniciativas para a internacionalização da pesquisa, como, por exemplo, os workshops internacionais, criando pontes entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros para estabelecer novas parcerias. E elas impactam tanto na publicação de artigos em revistas internacionais quanto na sociedade pela aplicabilidade prática dessas pesquisas.


“A gente incentiva bastante que os professores façam esses contatos internacionais. Temos outras estruturas na Universidade que viabilizam isso e trabalham em parceria com a VRP, como a Assessoria Internacional e o Núcleo de Estudos Internacionais.”Milton Sousa, Vice-Reitor de Pesquisa da Unifor

Outro setor fundamental no processo de internacionalização da Unifor é o Núcleo de Estudos Internacionais - NEI (Center for Strategic & International Studies), instância articuladora da instituição responsável pelo fomento das relações acadêmico-científicas internacionais. O NEI tem como objetivo maximizar a inserção da Unifor no cenário internacional e fortalecer a interação com instituições do exterior. 

"O Núcleo visa agregar os diversos programas voltados à internacionalização, assegurando o cosmopolitismo das atividades acadêmicas de forma a incentivar docentes e discentes para desenvolverem eventos e publicaçoes internacionais, com pautas instigantes na modalidade presencial e online", explica Gina Pompeu, professora titular do Programa de Mestrado e de Doutorado em Direito da Unifor e coordenadora do NEI. Ela acrescenta ainda que o setor auxilia o processo de acreditação internacional dos diversos cursos de graduação e de pós-graduação e promove a captação de recursos direcionados à mobilidade acadêmica.

É tempo de receber novos intercambistas

Com o processo de internacionalização caminhando a todo o vapor nas mais diversas áreas da Unifor, o início de um novo semestre é sempre tempo de receber novos intercambistas. “A Assessoria para Assuntos Internacionais organiza todo início de semestre uma série de eventos para a integração do aluno internacional à vida universitária da Unifor, ao qual chamamos de Semana de Integração do Aluno Internacional”, explica Lina Sena.

Dentro da semana, é realizado o Welcome Meeting, momento de boas-vindas aos alunos intercambistas, além de uma visita guiada ao Espaço Cultural. Já o Sports Day é uma manhã de integração desportiva com os intercambistas.

“Além disso, também realizamos um Piquenique Internacional, a Feira das Nações, o Cultural Connection e o Service Day, na Escola Yolanda Queiroz”, enumera Lina. Sempre é tempo de se internacionalizar!